Assim filmou Kubrick

Ciclo dedicado a um dos realizadores mais importantes da história do cinema. A não perder na Cinemateca

Finalmente uma integral de Stanley Kubrick na Cinemateca. Integral? Quase. Apesar de faltar um filme, o primeiro da sua carreira, não deixa de ser um ciclo integral, pois esse primeiro filme, “Fear and Desire”, realizado em 1952, foi renegado pelo próprio realizador. Talvez tivesse algum interesse poder vê-lo, mas assim sendo, vamos ter que nos contentar “apenas” com todos os outros filmes.

O destino de Stanley Kubrick no cinema terá ficado marcado quando o pai lhe ofereceu uma máquina fotográfica aos treze anos, que passou a usar, tirando fotografias por todos os sítios onde andava. Uma dessas fotografias foi publicada pela magazine Look, com que Kubrick começou desde então a colaborar. Da fotografia fixa à “viva” foi um passo, com a realização de documentários que prolongaram a sua experiência de fotógrafo. Desta relação, ficou sempre a obsessão perfeccionista que marcou o seu trabalho, bem como as experiências técnicas que levava a efeito. Em 1952, realizou  o já referido “Fear and Desire” que não lhe deixou recordações, e em 1955 aquele que considerou o seu primeiro filme, “The Killer´s Kiss”. Mas é “The Killing” (1956), um filme tecnicamente avançado para o seu tempo (hoje objecto de culto de muitos cineastas, entre os quais se inclui Quentin Tarantino), que decisivamente atrai sobre ele as atenções. Kirk Douglas contrata-o para dirigir “Paths of Glory” e depois para “Spartacus”. Desencantado com Hollywood, Kubrick decide mudar-se para o Reino Unido onde trabalhou até ao fim da sua vida. Aqui, sendo o seu próprio produtor, trabalha sem entraves construindo uma obra que, em muitos casos, veio revolucionar o cinema, com destaque especial para “2001, Space Odyssey”, filme mítico e referência obrigatória na história da Sétima Arte. Kubrick levou ao limite uma série de géneros e temas, do terror em “Shining”, ai filme de guerra, com “Full Metal Jacket” que muitos consideram o filme definitivo sobre a guerra do Vietname. Só 12 anos depois conseguiu completar nova longa-metragem, outra obra decisiva e influente: “Eyes Wide Shut”. Quando morreu, em 1999, tinha em estado avançado o trabalho de preparação de A.I. que Steven Spielberg levaria depois à tela, mas onde as marcas de Kubrick são perfeitamente visíveis.

Um ciclo a realizar-se na cinemateca em Lisboa. Aproveitem e descubram um dos locais de culto para os cinéfilos lisboetas. Um ciclo que já teve o seu inicio no mês de Outubro mas que se prolonga pelo mês de Novembro.

Day of the Fight e Killer’s Kiss
Segunda-Feira, 3 Novembro às 19:00
Quarta-Feira, 5 Novembro às 19:30

Flying Padre e The Killing
Terça-Feira, 4 Novembro às 21:30
Quinta-Feira, 6 Novembro às 19:30

Spartacus
Sexta-Feira, 7 Novembro às 21:30
Segunda-Feira, 10 Novembro às 15:30

Lolita
Segunda-Feira, 10 Novembro às 19:00
Terça-Feira, 11 Novembro às 21:30

Dr. Strangelove or How I Learned to Stop Worrying and Love the Bomb
Terça-Feira, 11 Novembro às 21:30
Quarta-Feira, 12 Novembro às 22:00

A Clockwork Orange
Quarta-Feira, 12 Novembro às 21:30
Quinta-Feira, 13 Novembro às 22:00

Barry Lindon
Quinta-Feira, 13 Novembro às 19:00
Sábado, 15 Novembro às 19:30

2001, A Space Odyssey
Quinta-Feira, 13 Novembro às 19:30
Quarta-Feira, 12 Novembro às 19:00

The Shining
Sexta-Feira, 14 Novembro às 19:00
Sábado, 15 Novembro às 22:00

Full Metal Jacket
Sexta-Feira, 14 Novembro às 21:30
Segunda-Feira, 17 Novembro às 19:30

Eyes Wide Shut
Sábado, 15 Novembro às 19:00

A.I – Artificial Intelligence (Realizado por Spielberg)
Segunda-Feira, 17 Novembro às 19:00

Mas em Novembro a Cinemateca não se resume apenas a Stanley Kubrick. Orson Welles, terá lugar de destaque através de uma retrsospectiva da sua carreira, onde se destaca o incontornável Citizen Kane (15 e 19 de Novembro). Para além da obra de dois dos mais importantes realizadores do século XX, a Cinemateca, durante todo o mês de Novembro vai destacar o cinema erótico com a exibição de vários filmes de diversos realizadores. Ingmar Bergman, Jean-Luc Godard e David Cronenberg são apenas alguns exemplo de alguns dos realizadores que terão filmes seus neste ciclo.

Para os amantes da 7ª arte, a Cinemateca é sem dúvida nenhuma um local de culto. Para quem ainda não conhece, aqui ficam fortes razões para finalmente a descobrir e ficar encantado com um local que verdadeiramente homenageia o cinema. Não vão ficar arrependidos.



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