O Medo que o General não Tinha – Palmilha Dentada

“O Medo Que o General Não Tinha”

E o teatro vivo da Palmilha Dentada.

O Teatro da Trindade (Fundação INATEL) acolhe até 30 de novembro, na sua Sala Estúdio, três espectáculos do Teatro da Palmilha Dentada. Uma programação que teve início com o espetáculo “O Guardião do Rio”, uma peça da qual já tivemos oportunidade de vos falar aqui.

O Medo Que o General Não Tinha”, a segunda peça a que tivemos oportunidade de assistir, vai beber inspiração à figura de Humberto Delgado para colocar em palco uma mão cheia de problemas bem actuais que se propõem discutir a uma só voz. Um monólogo pincelado a gritos de protesto que vai saltitando de personagem em personagem através da irrepreensível atuação de Rodrigo Santos. Uma peça onde tão rápido somos interpelados por um Portugal amordaçado pela ditadura do pré 25 de Abril, como somos convidados a interagir com o actor em pleno século XXI.

Do cruzamento de trechos históricos e textos originais expressamente escritos a pensar nesta peça nasce aquilo a que podemos chamar um aprimorado  ‘humor de protesto’, através do qual se desvenda a lógica da censura vigente na realidade anterior à Revolução de Abril para dar origem a uma linha narrativa que procura inquietar com outros temas da sociedade actual.

O Teatro da Palmilha Dentada faz do palco um lugar onde a polémica e o debate se congregam num requintado diálogo com o humor, através do qual somos convidados a viajar por entre diferentes mundos e personagens, não deixando nunca espaço para que surjam situações redundantes.

Assistir a estas criações é aceitar, necessariamente, participar num teatro que (ainda) está vivo. Aos que não tiveram oportunidade de assistir a estes dois primeiros espectáculos, ainda vão a tempo de marcar presença no “O Gene do Corvo”, em cena de 26 a 30 novembro, no Teatro da Trindade.

Se também (ainda) estão vivos, vão!



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