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11ª edição do Primavera Sound

Charme indie em Barcelona.

Há vários acontecimentos que tornam anualmente Maio um mês especial. Se os amantes da literatura têm na Feira de Livro (não só a de Lisboa) o seu local de peregrinação, os fãs da bola as finais da Liga Europa e Liga dos Campeões, os melómanos do universo indie vêem o San Miguel Primavera Sound como um festival imperdível. Esta proposta acontece entre os dias 26 e 28, no Parc del Fòrum, em Barcelona.

Tal como em edições anteriores, a 11ª vez do Primavera Sound promete sensações para além do esperado. Olhando para o cartaz, que inclui mais de 180 artistas e pelo menos uma mão cheia de palcos, há sempre a expectativa de que algo nos irá surpreender. Podemos ser o ouvinte mais atento à Radar, alguém que faz do site Pitchfork ou da revista Les Inrockuptibles as suas bíblias, podemos até ser vistos como uma espécie de Prof. Marcelo no que diz respeito ao mundo discográfico, porém é impossível conhecer na perfeição todos que vão actuar neste evento. Aqui, há um conjunto de sons que inclui a velha guarda, as estrelas mais recentes e as the next big thing no campo indie.

Há de tudo um pouco. Rock, folk, electrónica, hip hop e tantas outras designações (algumas indecifráveis) que é difícil digerir tanta coisa boa. Veja a lista dos convocados que a RDB lhe aconselha: Animal Collective, Ariel Pink’s Haunted Graffiti, Arto Lindsay, Avi Buffalo, Battles, Belle & Sebastian, Big Boi, Blank Dogs, Caribou, Comet Gain, Cults, Darkstar, Dean Wareham plays Galaxie 500, Deerhunter, DJ Shadow, Echo & the Bunnymen, Einstürzende Neubauten, El Guincho, Emeralds, Explosions in the Sky, Field Music, Fleet Foxes, Gang Gang Dance, Girl Talk, Gold Panda, Gonjasufi, Grinderman, Half Japanese, Holy Ghost, Interpol, James Blake (também como DJ), John Cale & Band, Kode 9 and the Space Ape, Lindstrom, Low, M.Ward, Matthew Dear Live Band, Mercury Rev, Mogwai, Money Mark, Of Montreal, P.I.L., Papas Fritas, Pere Ubu, Perfume Genius, PJ Harvey, Pulp, Shellac, Simian Mobile Disco, Sufjan Stevens, Suicide, Swans, Tennis, The Album Leaf, The Fiery Furnaces, The Flaming Lips, The Jon Spencer Blues Explosion, The National, The Tallest Man on Earth, The Walkmen, Twin Shadow, Warpaint e Yuck.

Não tenha dúvidas. Neste festival catalão com reconhecimento para além da Europa, as palavras qualidade e quantidade rimam com ecletismo, mesmo sendo impossível ver tudo. Para não se distrair com algumas babes (ou os babes, consoante as preferências de quem nos esteja a ler) e pensar somente em facturar, como diria Fernando Alvim, é obrigatório fazer-se acompanhar do panfleto com o programa dos concertos. É que escolher vai ser, em alguns casos, dificílimo…

Como perfeição só existe em determinadas situações na vida (por exemplo, quando acontece o primeiro beijo que damos com a pessoa que mais desejamos), o Primavera Sound tem o que todos os festivais têm. Não faltam filas intermináveis para os comes e bebes, o burburinho das conversas à nossa volta quando pretendemos ouvir um momento mais solene do músico, ou o preço dos bilhetes. Os cerca de 180 euros para o bilhete geral e 70 para um dia doem, mas compensam – ainda há concertos gratuitos noutros locais da cidade.

Pode-se cair no cliché de dizer que estamos perante um carrossel de emoções, uma forma eterna de afirmar que somos um espírito aberto às novas tendências, mas na verdade este é o fim-de-semana ideal para respirar Barcelona se a música é um dos seus principais amores. Que o digam os mais de 100 mil espectadores presentes em 2010.

Marque a sua viagem low cost, informe-se sobre o Hostel para a estadia – se por acaso não tiver um amigo na zona das Ramblas -, leve bagagem mínima e prepare-se para ser seduzido por este inconfundível charme indie antes da chegada do Verão.



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