A Grande Beleza

A GRANDE BELEZA

Um conceito de procura constante.

Jep Gambardella (Toni Servillo) vive em procura da grande beleza. Embrenhado no quotidiano de Roma, o protagonista faz-se rodear por uma classe elitista que não é mais do que satirizada neste filme; classe essa como um ponto de partida mas o argumento de Paolo Sorrentino reflecte-se acima de tudo numa crítica à actual sociedade de prazeres mundanos.

O filme é feito de fortes apreciações críticas: à comunidade artista; ao elitismo da classe alta; à superficialidade do ser humano. Jep é um homem de poucas palavras, ou digamos antes de palavras certas e é nelas que Paolo Sorrentino nos faz chegar o seu ponto de vista.

Grande na beleza das imagens. A fluidez da realização, com uso e abuso dos movimentos de câmara leva-nos a Roma. Sejam os planos de festa, tão bem conseguidos que nos transparecem um ideal inexistente de diversão. Sejam os planos de monumentos, de palácios e estátuas com uma excelente dinâmica entre luz e movimento.

A Grande Beleza questiona certezas e ambições de vida, de ódio ao próximo e principalmente de ódio a nós mesmos. Deixa-nos em aberto na procura dessa beleza etérea, sem forma nem lugar.

Aciona uma vontade de procurar, de alcançar uma verdade que desconhecemos existir. Um sentimento, espaço ou tempo que nos faz acordar pela manhã e que não sabemos quando nos será revelado. Jep faz-se rodear de pessoas, num “passatempo”, numa busca constante, no entanto não forçada mas também nunca esquecida.

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