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3.ª Edição do RALI

A Realidade Aumentada em Lisboa

Durante quatro dias, de 20 a 23 de Outubro, aconteceu no pavilhão 1 da FIL a 3.ª edição do RALI – Realidade Aumentada em Lisboa, em parceria pela primeira vez com a Expo Sync Lisboa. Organizado pela IT People Innovation, após duas edições bem sucedidas, a empresa de Lisboa estabeleceu uma parceria com a Feira Internacional de Lisboa (FIL) para trazer aos profissionais da área, interessados na tecnologia ou meros curiosos, aquele que consideraram como o “mais ousado RALI de sempre”. Durante os quatro dias e de acordo com o que nos fez chegar a organização, por lá passaram mais de cinco mil visitantes. Algo que, quando em comparação com as edições anteriores, significa um aumento superior a dez vezes mais visitantes.

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Os maiores pontos de atracção ao espaço do RALI, para além das mais de vinte palestras, workshops, demonstrações de produtos e apresentação de novidades, eram claramente a presença de alguns equipamentos de Realidade Aumentada que ainda não chegaram ao nosso mercado e só estão disponíveis lá fora. O centro das atenções era claramente o HoloLens da Microsoft, mas já lá vamos…

A convite da organização, o Rua de Baixo visitou o espaço no último dia do evento e tivemos a oportunidade de conversar com alguns dos membros da IT People Innovation, de modo a conhecer melhor as propostas que o RALI apresentava ao público para desmistificar a Realidade Aumentada. Começámos por conhecer a App NextReality da IT que é, para todos os efeitos, a plataforma-mãe para outras três aplicações que vimos em movimento: a Architect – que permite pré-visualizar estruturas arquitectónicas em ambiente real, muito antes da construção e possibilitando ainda a visita ao seu interior; a VisitAR – uma aplicação da realidade na área do património cultural e histórico para museus e sítios arqueológicos; e a 4DPaper – uma solução para catálogos com Realidade Aumentada, permitindo ao cliente visualizar o produto antes de o comprar.

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Pela 3.ª edição do RALI pudemos também experimentar os óculos Moverio, da Epson, cujo lançamento para o consumidor normal só acontecerá em Dezembro deste ano. O preço de aquisição no site da marca está situado nos 849,00€ e os seus pontos fortes eram evidentes assim que os vimos pela primeira vez. A nível de leveza, tamanho e simplicidade no design, os Moverio não possuem concorrência no mercado actual e são uma excelente solução para quem procura conforto com o seu equipamento para Realidade Aumentada. Não conseguimos testar a câmara frontal HD mas conseguimos, claro, testar as capacidades de processamento da Realidade Aumentada deste dispositivo. E aqui, apesar de tudo parecer funcionar na perfeição, encontrámos uma das limitações do dispositivo com o facto de estes não serem ajustáveis o suficiente para os portadores de óculos. A miopia e o astigmatismo já me acompanham há alguns anos e, mesmo sobrepondo os Moverio sobre os meus óculos, a verdade é que não consegui nunca obter uma imagem clara daquilo que estava a tentar observar em Realidade Aumentada.

Algo que, de forma alguma, aconteceu com os HoloLens da Microsoft. Os meus óculos encaixaram na perfeição debaixo dos HoloLens e a experiência marcante começou. Pudemos testar a aplicação Project X-Ray, onde começámos por abrir um buraco na parede de onde, passado poucos segundos, começaram a surgir robôs… tudo em Realidade Aumentada, pois claro. Surgia um indicador no ecrã, avisando-nos de que lado vinham as ameaças e, com o braço esticado e o apertar do polegar e indicador em forma de pinça, íamos disparando lasers para os destruir. Uma ideia interessante que pode ter excelentes utilizações no futuro com fórmulas mais complexas. Para além do Project X-Ray, pudemos ainda testar uma aplicação de anatomia humana bastante surpreendente e que pode muito bem servir para ensinar futuros médicos. Com detalhes impressionantes, foi possível visualizar os vários pontos do corpo humano ao pormenor, de vários ângulos e perspectivas.

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A Realidade Aumentada continua a ser ainda hoje uma técnica pouco utilizada no nosso país, mesmo tendo em conta as vantagens que pode trazer para as várias áreas da nossa economia. No entanto, essa pouca utilização também tem muito a ver com as limitações que a realidade aumentada ainda possui. A exigência de um marcador para colocar o modelo 3D, uma boa câmara e boa iluminação é, em alguns casos, impeditiva para a perfeita aplicação da Realidade Aumentada. Algo que, pelo que vimos, pode efectivamente estar para mudar muito em breve graças ao avanço que o Microsoft HoloLens promete introduzir, já que a obrigatoriedade da presença do marcador para introduzir o modelo 3D pretendido é colocada de parte. O Microsoft HoloLens lê as superfícies em seu redor, um pouco como já o Kinect fazia, e ajusta o modelo 3D ao contexto em que estamos. O resultado é impressionante e, quando os programadores começarem a dar largas à sua imaginação, promete ultrapassar muitas barreiras.

Após o sucesso da edição deste ano, a 4.ª Edição do RALI – Realidade Aumentada em Lisboa está já prevista para o 1.º semestre de 2017 e, pelo Rua de Baixo, prometemos voltar a visitar o RALI no próximo ano, pois mal podemos esperar para experimentar novas engenhocas e aplicações desta técnica que promete mudar a forma como interagimos com o nosso mundo num futuro cada vez mais próximo.



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