“500 Sopas” | Susannah Blake

“500 Sopas” | Susannah Blake

Meio caminho andado para um estômago satisfeito

«Larga a sopa João, não comas mais | Não dês ouvidos às mentiras dos teus pais | Larga a sopa João, sou eu que digo | Larga a sopa que o espinafre é meu amigo», canta B Fachada em “Conselhos de Avô”, do já mítico disco “B Fachada é P`ra Meninos”. Isto, a propósito da felicidade de olhar o mundo sem que este nos seja servido já mastigado ou bem passado, já que uma boa sopa é mais do que meio caminho andado para um estômago satisfeito – até o B deverá comer uma tigelinha de quando em vez.

500 Sopas” (Booksmile, 2013), da autoria de Susannah Blake – e a recomendação do Chefe Silva -, é mais um livro da colecção 500 Receitas, que segue o lema “receitas deliciosas, rápidas e económicas para todas as ocasiões”. Neste novo volume somos presenteados com uma pequena história da sopa que, tendo origem na cozedura de diversos ingredientes numa panela com água, evoluiu até criações com alto grau de sofisticação. Fala-se na diversidade temperamental e de paladar das sopas, que vão de sopas frias – como o gaspacho espanhol – às sopas de iogurte – sobretudo do Médio Oriente – de sopas salgadas a outras mais adocicadas – e que utilizam ingredientes como melão, ginjas ou pêras.

O livro segue o esquema a que a colecção já nos habitou, apresentando primeiro a lista de utensílios necessários para a preparação de uma bela sopa como um esmagador de alho ou uma escumadeira. Seguem-se os diferentes caldos, sejam de carne, peixe ou vegetais, pois deles depende e muito o resultado final. Abre-se de seguida espaço para os acompanhamentos – pão às fatias, baguetes ou a ciabatta italiana -, a decoração – fazendo uso de croûtons, aros de cebola, sementes ou cubos de gelo – e, terminando em grande estilo, para os pompons, colheradas e ziguezagues, que implicam coisas como iogurtes, natas e ate panquecas e omeletas para dar outro alento às sopas.

Quanto a sopas, há aqui receitas para todos os gostos, estômagos e regimes alimentares: frescas e geladas, saudáveis e integrais, suaves e cremosas, substanciais – o título uma refeição numa tigela diz tudo, incluindo preciosidades como chili com carne e triângulos estaladiços de tortilha de queijo -, mimos em 20 minutos – como a sopa de caranguejo com milho doce -, quentes e picantes, entradas sofisticadas, sabores asiáticos e sopas com fruta. Termina-se como se começou, em modo de citação. «Eu vivo de boa sopa e não da linguagem». Sábias palavras, estas de Molière.



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