60 anos da “Poltrona Mole”
A celebração da Obra e do seu Criador
Foi no passado dia 9 de Novembro que vários amantes de design se reuniram para celebrar os 60 anos da Poltrona Mole (1957), um ícone do design de mobiliário brasileiro. Esta peça, que veio elevar o mobiliário do dia-a-dia a arte, surgiu da imaginação de Sérgio Rodrigues (1927-2014), considerado o “Pai” do design do mobiliário brasileiro. Para acolher este evento, foi escolhido como palco a Casa do Pau-Brasil, no Príncipe Real, numa homenagem conduzida pelo curador e crítico de Design, Frederico Duarte.
Em debate num cocktail intimista, esteve a obra do designer, a sua relevância enquanto legado para a história do Design de mobiliário global, assim como as origens, curiosidades e histórias da “Poltrona Mole”. Foi ainda apresentada uma edição especial e limitada desta peça, que em 1974, passou a integrar o acervo do MoMa (Museu de Arte Moderna de Nova Iorque) e que transformou a forma como o mobiliário é criado, visto e utilizado na actualidade.
Formado em Arquitectura em 1949 pela Faculdade Nacional de Arquitectura da Universidade do Brasil, o Designer Sérgio Rodrigues veio trazer um novo olhar para o panorama do mobiliário, criando as bases do que se conhece hoje como design brasileiro. Ao longo de 50 anos de carreira, concretizou mais de 1200 desenhos, sempre com a sua marca de brasilidade tão característica. Entre eles nasceu, em 1954, o sofá Hauner e o banco Mocho e, mais tarde, a Poltrona Kilin (1973).
Para além de criador, tornou-se também empreendedor ao abrir a “Loja Oca” em 1955, um projecto inovador que levou a uma viragem na comercialização do Design de mobiliário brasileiro.
Da sua amizade com o aclamado arquitecto Óscar Niemeyer surgiu, em tom de homenagem, a Cadeira Óscar (1957), e desenhou ainda mobiliário para o Ministério de Relações Externas de Brasília (1960), um projecto idealizado pelo seu conterrâneo.
A carreira de Sérgio Rodrigues ficou marcada também por dois prémios que vieram cimentar a relevância do seu trabalho no meio. Em 1961 venceu o 1º Prémio na Bienal do Móvel de Cantú, Itália, com a Poltrona Sheriff (uma variação ao desenho da Poltrona Mole), e já em 2006, vence também o 1º lugar no Prémio Design do Museu da Casa Brasileira – MCB.
Não foram, no entanto, os prémios que demonstraram ao mundo o talento deste designer, mas sim a sua visão individual e tão marcante, a forma de trabalhar os materiais, e o seu design despojado e muito brasileiro que rompeu com as referências europeias.
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