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A Détacher

To be detacher.

Tudo começou em Varsóvia, Polónia, quando a estilista Mona Kowalska iniciou a sua carreira como designer em várias pequenas marcas italianas. Mudando todo o seu destino, Mona viaja até Paris para trabalhar directamente com Sonia Rykiel.

Mas quis mais. Mona quis sentir-se em casa, rodeada dos seus bens e valores, não dependendo de mais ninguém se não dela. Eis que 1998 nasce a sua própria linha de roupa, A Detácher.

Este pequeno misterioso nome permitiu-lhe fundir os seus próprios interesses, como a arte, o design e a moda, nunca deixando de cultivar o seu imenso gosto pela escultura e composição artística de uma peça. Esta paixão pela estrutura é reflectida nas suas colecções avant-garde compostas por vestidos, casacos e jóias que atribui aos seus portadores uma postura espiritual única e individual. Um ser raro e mágico.

Situada no número 262 Mott St. Nova Iorque, no bairro de Nolita, Mona tem o mundo a seus pés. Para além de designer, intitula-se gerente de tudo. Da sua loja e da sua marca, ambas com o mesmo nome. Algo que não é de estranhar, se tivermos em consideração que o seu espaço, que mais se assemelha a uma chávena de chá, é na verdade uma galeria de arte alternativa, nada compatível com o ambiente sólido, cinzento e gelado de um atelier de moda. Tudo de sua autoria.

Mona não lamenta a arquitectura nem o luxo que as suas peças emanam, tornando-as exclusivas e inacessíveis a todos. Contudo, para contrapor um pouco esta – muitas vezes mal entendida – postura snob, atribui o seu lado mais ecléctico à mobília e à decoração disposta sobre a sua loja.

O seu maduro trabalho já não escapa aos mais atentos, movendo-se entre os leitores da Vogue e os da W Magazine.

Para a sua colecção Outono/Inverno 2010, Mona começou por misturar mantas, lãs e texturas térreas que deram origem à personagem “Lady Redneck”.

“Lady Redneck you’re so soft stomping in your winter lingerie to gather twigs a thicket you match and double. I like the way I see you trim you push your elbows forward you twist your arm and comb your hair, your work becoming you.” She’s said.

Escondendo o que ela admitiu ser um “completo preconceito idealista” sobre a vida no campo, esta mulher citadina colocou mãos à obra e ao trabalhar malhas peruanas, lãs de Woolrich e padrões falsos de chita, deu origem a um incrível mix idiossincrático que nos chama automaticamente para as nossas origens, que nos leva a viajar não só pelas paisagens campestres nacionais, mas sim por países como o México, Peru e na mais remota das hipóteses os Andes. E vou sonhando …

Kowalska descreveu a sua colecção como sendo uma expressão de “agressividade, dureza e sofisticação.” A sofisticação foi fácil verificar, não fossem os delicados vestidos navy, as deliciosas sedas ornadas com lenços pesados ou mesmo as camisolas de crochet e malha desgastadas complementadas por uns carinhosos chinelos de seda rosa.

Falta preencher a categoria de “agressividade e dureza”. Ao que parece as peças não são tão ásperas, grossas e rudes como Mona e o público idealizara, com a excepção de alguns tops excessivamente volumosos construídos em algodão acolchoado. Mas o que mais transmitiu esta dureza tão característica do campo foram as camadas sobrepostas, os tons terra, as formas minimalistas e robustas e o calçado de madeira, transformado em botins ou botas.

A Détacher tornou a vida no campo bem mais agradável de se viver.



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