a lenda do vento

“A Lenda do Vento” | Stephen King

matrioskas a guardar a Torre Negra

Começar a ler uma saga pelo quarto livro poderá não parecer uma boa ideia mas, no caso de “A Lenda do Vento“, encontramos uma porta de entrada perfeita para meter os dois pés no Mundo Médio, território onde decorre a saga A Torre Negra.

“A Lenda do Vento” acompanha as aventuras de Roland e do deu grupo, denominado o seu “ka-tet”. Aliás, o início está longe de ser prometedor para os iniciados, já que envolve nomes e expressões como “billy bumplers” e outras que ameaçam incutir no leigo uma sensação de impotência ou de não pertença ao meio. Porém, a partir do momento em que Roland e o grupo se abrigam numa casa de pedra de uma cidade há muito abandonada, fugindo à força da Grande Tormenta, tem início uma noite cativante, onde se contam histórias à luz das chamas enquanto o vento uiva do outro lado das paredes.

Roland será o contador de serviço, ele próprio o herói de uma das histórias – “O Homem-Pele” -, que embrulha uma outra – “A Lenda do Vento”. “O Homem-Pele” acaba por se revelar uma viagem ao passado de Roland Deschaine, e de como este se tornou um temível pistoleiro, ao perseguir uma criatura que atrás de si deixa um rasto de crimes horrendos; já “A Lenda do Vento” é uma história de adormecer, contada num momento crítico e que, na sua atmosfera de violência doméstica, magia negra e a presença de um estranho cobrador de impostos, encaixa na perfeição com a narrativa principal.

Com histórias vestidas de matrioskas literárias, Stephen King revela a sua mestria na criação de um mundo povoado de sombras e criaturas fantásticas, num livro ideal para ser lido nestas noites em que a Primavera não passa, ela mesmo, de uma assombração. Um puzzle gótico que poderá ser completado com os três anteriores livros – e também com os posteriores -, que terão lançamento pela Bertrand Editora.



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