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“A Livraria Perdida” de Evie Woods

“Era uma casa muito antiga, numa rua antiga, numa cidade antiga.”

A Livraria Perdida, de Evie Woods (Singular, 2024), é uma história mágica e, simultaneamente, muito real. O que consegue ser de adorável, também o é de desgarrador.

Com tópicos muito sensíveis abordados de forma delicada, torna a sua leitura em algo prazeroso e emocionante.

Num lugar considerado perdido, coisas muito estranhas são encontradas.

Evie Woods, é o pseudónimo da escritora irlandesa Evie Gaughan, autora de livros como The Story Collector, The Heirloom e The Mysterious Baker, que já vendeu mais de meio milhão de cópias de A Livraria Perdida, mundialmente.

A autora afirma adorar escrever histórias em que a vida se mescla com a magia, assim revelando o que existe de mágico nas nossas vidas quotidianas, e gostar de usar várias linhas temporais.

Opaline não sabia que ao escapar da sua vida em Londres, em 1921, iria passar pelos melhores e piores momentos da sua vida, que iriam alterá-la para sempre, menos ainda, que seria precisamente numa livraria fora do normal em Dublin, que se iria, finalmente, encontrar.

Henry, ficou para sempre rendido àquela livraria e à mulher que o ajudou, procurando ambas incessantemente. Ao mesmo tempo que tenta encontrar o presumível manuscrito perdido de Emily Brontë, Henry investe todo o seu tempo a procurar a livraria perdida, outrora vista no n.º11 de Ha’penny Lane, na esperança de descobrir o que foi feito de Opaline.

Martha, é alguém vítima de violência doméstica, e com o seu psicológico severamente abalado, a sua fé em poder ser feliz e manter a esperança de o ser algum dia, é cada vez mais escassa, até que conhece Henry e livros começam a aparecer no seu quarto.

Comecei a ler o livro à noite. Havia algo sagrado naquelas horas de silêncio e escuridão que fazia com que parecesse um momento especial. Por vezes fazia-me pensar numa sessão espírita porque os estranhos ruídos nas paredes só cessavam quando eu me instalava para ler.

Este livro tem um enredo mágico, escrito a dois tempos, que salta entre vários países, indo desde Londres, a Paris, até se estabelecer em Dublin. Uma história habilmente delineada, com transições temporais suaves, onde a vida de três pessoas muito distantes, mas de alguma forma interligadas, se encontram.

Com referências a eventos históricos e pessoas reais, tais como Hemingway, Sylvia Beach, entre outros, A Livraria Perdida, de Evie Woods, é um livro sobre livros, e o poder que estes têm para moldar a vida de uma pessoa. Uma livraria que tem o dom de auxiliar quem anda perdido, que os inspira e protege.

Perdido não é lugar sem esperança. É um lugar de paciência, de espera. Perdido não significa desaparecido para sempre. Perdido é uma ponte entre mundos, onde a dor do nosso passado se pode transformar em poder.



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