A-Trak @ Clube Mercado
A Festa Global.
A-Trak, nome artístico de Alain Macklovitch, não precisa de grandes introduções. Aos quinze anos já vencia campeonatos de DJing e, alguns prémios depois, surgiram projectos como Invisibl Skratch Piklz e os The Allies. E, claro, Kanye West – acompanha-o ao vivo e foi nessa qualidade que Portugal viu pela primeira vez A-Trak em concerto, na globalmente aclamada estreia do Senhor West em solo nacional, faz agora mês e meio.
O começo do espectáculo de A-Trak no Clube Mercado, na sexta-feira, dia 25 de Agosto, deu-se com a memória desse concerto: “Foi óptimo e ansiava por regressar”, confessa no arranque do set. Hora e meia depois, era o lotadíssimo Clube Mercado que agradeceria o regresso de A-Trak a Portugal, a solo desta vez.
Um espectáculo variadíssimo e sociologicamente muito interessante de estudar, no que ao público presente diz respeito: gente de todos os quadrantes sociais, desde pessoal adepto de um certo hip-hop mais hardcore até pessoal teoricamente mais adepto de uma qualquer noite numa qualquer discoteca na Linha de Cascais do que uma festa como a que se presenciou na sexta-feira passada. Uma festa com o hip-hop como pano de fundo mas, no geral, uma festa pop. Sinal dos tempos, da evolução dos gostos e prazeres musicais, da constante mutação das tendências actuais da música. Tudo isto e mais, ou nada disto e ainda menos, pouco interessa. Pelo menos durante aquela noite pouco interessou.
Antecedido por sets das duplas Dj Nel’Assassin vs Mr.Cheeks e Dj Kwan vs Dj Ride (que conseguiram provocar as primeiras grandes manifestações corporais na audiência), A-Trak trouxe ao Clube Mercado hora e meia de espectáculo tecnicamente irrepreensível. A música abrangida, essa, cruzou clássicos de sempre como Michael Jackson e A Tribe Called Quest com referências da actualidade, como Pharrell Williams e respectiva escola Neptunes, ou Nelly Furtado enquanto símbolo da marca Timbaland, o produtor. O calor era imenso, mas nem isso impediu o que se viveu: uma festa à moda antiga.
Espantosa a forma como A-Trak consegue, com um set recheado de mash-ups, atingir uma notável coerência nas escolhas. O regresso a Portugal não tardará, esperamos nós.
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