A8LAB
Encontros Internacionais de Artes Visuais e Performativas.
Tem início durante o mês de Outubro, em Torres Vedras, mais uma edição do A8, os Encontros Internacionais de Artes Visuais e Performativas. A edição de 2006 pretende prosseguir o trilho laboratorial iniciado na edição anterior e que reafirma a necessidade de investigar as condições de criação, de produção e de desenvolvimento das artes. A rua de baixo associa-se à edição deste ano do A8 e apresenta-vos toda a sua extensa programação.
Para perceberem melhor o conceito do A8, fiquem com a “definição” do evento, da responsabilidade da sua organização: “É um evento que reafirma a necessidade da existência de espaços de encontro e de diálogo entre ideias de programação, ideias de cidade e noções de tempo, e que se propõe precisamente nesse lugar interdisciplinar onde a prospecção e o risco se assumem com a coragem necessária e a honestidade exigida, ‘a descoberto’: mais artistas em processo de criação; mais residências abertas; mais algumas apresentações públicas; mais workshops; mais conversas informais; mais performances; mais exposições e instalações; visitas orientadas; mais espaços de reflexão e de observação de processos; mais reuniões internacionais de programação e encontros de especialistas.”
A programação:
Vou a tua Casa Triologia
Residência Artística/ Projecto de Instalação/ Projecto de Conferência/ Projecto de Performance/ Projecto de Workshop
A partir de 2 de Outubro
O projecto-trilogia “Vou A Tua Casa” (2003-2006), da responsabilidade de Rogério Nuno Costa, encontra-se neste momento na recta final de um trajecto marcado essencialmente pela pesquisa e investigação no território da construção teatral e na sua articulação com um conjunto vasto de áreas disciplinares. Concluídas que estão as três fases iniciais do projecto (uma em casa dos espectadores, a outra em espaços públicos à escolha do espectador, a última em casa do criador), a trilogia encontra-se neste momento na passagem para a etapa seguinte: a fixação, em vários moldes e suportes, do discurso transdisciplinar que durante os últimos três anos tem vindo a ser produzido no seio e à volta do projecto e suas ramificações. A qualidade mais “residual” que “objectual” deste trabalho coloca desafios interessantes à própria ideia de “documentação”, assunção que justifica a transformação da fase de arquivo deste projecto num objecto autónomo de pensamento e reflexão.
Eurovision
Teatro Praga
19, 20, 27 e 28 de Outubro
O espectáculo que já passou pela ZDB é apresentado agora em Torres Vedras. Para o conhecerem melhor basta seguirem este LINK
Talking in Europe (Instalação Vídeo)
Michal Zadara(Polónia)
De 21 de Outubro a 15 de Janeiro
“talking in europe” é uma instalação composta por sete ecrãs que permanente e em simultâneo, apresentam sete vídeos com pessoas a ouvir e às vezes a falar.
Cada vídeo será filmado num pais diferente entre os que formam a rede “Advancing Performing Arts Project” (APAP). Cada um será composto por duas entrevistas, uma a um representante do mundo artístico (curador, artista, etc…) ou a um representante da sociedade (policia, residente de camara, politico, empresário, etc…) e outra a um emigrante polaco. O tópico da entrevista será o contacto dos emigrantes polacos com a sociedade que os acolhe. Problemas, questões, opiniões sobre a emigração polaca.
Cada entrevistado falará durante cinco minutos e ouvirá durante trinta minutos. O efeito será uma discussão simulada. Os vídeos poderão também, esporadicamente, mostrar texto ou outras imagens.
Parasitas (Instalação Vídeo)
Patrícia Portela e Sónia Batista
De 21 de Outubro a 15 de Janeiro
“As parasitas” são mutantes, apresentam-se e recriam-se constantemente, nasceram do contacto feliz entre o espaço e os espectadores envolvidos. É um projecto “reactivo” e “colateral” e “à margem”, ou seja, nunca é apresentado na sua totalidade, ou como evento acabado por si só, mas está sempre lá.
Um projecto em constante residência…
as parasitas contaminam o espaço
provocam curiosidade
preparam-se
cozinham para todos
escrevem por encomenda
são sempre visiveis e invisisveis, mas sempre presentes.
E fazem muita coisa, mas não dá para ver tudo.
São parasitas espaciais, mentais, desejativas, desadjectivas, não existem por si próprias, nunca se concluem, e sobretudo, dependem do seu público para se manterem vivinhas.
Crime (Instalação Vídeo)
Cabula 6, Jeremy Xido (EUA) e Claudia Heu (Austrália)
23 a 28 de Outubro e 13 a 25 de Novembro
“Crime” é uma série de seis vídeos individuais que são interrelacionadas, misturando filmes documentários e guiões/narrativas para investigar as maneiras em que 6 diferentes comunidades europeias lidam com um específico caso local de crime, que pôs em questão ou perturbou a ordem
social local e a identidade da vila.
Os filmes focam sobre indivíduos apanhados nas marés das expectativas, oportunidades e suposições, que estão constantemente em mudança. Tudo isso será destilado e focado por um único incidente em cada sítio: um crime, uma ferida social ou um enigma. Investigarei como este incidente é incorporado nas numerosas e simultâneas narrativas duma vila.
Após passar vários meses a investigar esses diversos casos, viajando aos diferentes países, filmando e recolhendo relatos de testemunhos, opiniões e histórias íntimas das pessoas que ou são directa ou marginalmente envolvidas ou afectadas pelos casos.
Agora os filmes serão apresentados em conjunto demonstrando semelhanças e diferenças entre sociedades europeias.
Modos de Inventar Cidades (Encontros Programáticos)
Luís Filipe Cristóvão
“Modos de Inventar Cidades” é um projecto de trabalho de espaços e memórias que se conjugam numa construção de narrativas. Começando pela recolha de dados sobre espaços marcantes da cidade, muitos dele em estado de abandono, pretende-se construir, a partir de memórias de acontecimentos, imagens, registos escritos e sonoros, uma narrativa para cada um desses espaços, ou seja, pretende-se inventar cidades a partir do que sobra delas na memória.
Cada pessoa conceptualiza o espaço da sua cidade conforme a época em que começa a movimentar-se nela. Mesmo com uma cidade em constante mutação, o que nos fica registado no pensamento são as coordenadas que existiam antes. Assim é normal que a um mesmo espaço estejam associadas diversas denominações (consoante as gerações).
Encontros Programáticos
Recolhas – 26 de Outubro
A experiência começa na recolha do material da narrativa. Procuram-se as diversas dimensões da Memória dentro dos lugares que perfazem a História da Cidade. Como, onde e de que forma se trabalha aquilo que se recolhe.
Representações – 2 de Novembro
A imitação do passado procura os seus espaços performativos, espaços onde a representação da realidade se incarna nas suas essências. Dentro da cidade, outras histórias se constroem através das suas construções: será o urbanismo uma história que se conta?
Ficções – 9 de Novembro
A partir da informação da nossa memória adivinha-se a construção de cenários e de guiões para as nossas narrativas. A noção de museu ou monumento apresenta-se em espaços que sofrem mutações no seu tempo de vida até se constituírem como tal.
Residência – 16 de Novembro
É possível residir um espaço artisticamente? Os elementos do quotidiano sobressaem enleados em noções como lembrança, invenção e imaginação. Os pormenores da construção narrativa materializam-se a partir de que dados e/ou momentos?
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