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Absurdo

É absurdo e absurdo faz falta!

Entre chás gelados e crumbles de aspecto delicioso, numa tarde super soalheira para ressacar dos dias frios desta primavera tardia, fomos ter com a editora mais girly da cidade, a Absurdo. Com um aninho comemorado em grande em Dezembro passado no Lounge, preparam-se agora para o lançamento do disco de Azevedo Silva, o quarto de originais e o primeiro da Absurdo em parceria com a Pentagon Recordings.

São duas, Sónia Abrantes e Susana Dias, na editora que é por agora exclusivamente feminina, “somos e acho que vamos continuar durante uns tempos” ri-se Susana. “Dizem que as mulheres são complicadas mas eu acho que as coisas têm resultado bastante bem só com as duas” explica Sónia, “somos só duas” sublinha Susana, “não conseguimos fazer boatos porque não temos ninguém a quem influenciar a opinião, somos só nós as duas”, brinca Sónia, mas acrescenta em tom sério “nós complementamo-nos e a verdade é que somos diferentes apesar de nos darmos bem e sermos amigas, além de trabalharmos juntas, a verdade é que nós complementamo-nos e cada uma traz um input diferente ao trabalho e isso acaba por criar um balanço, um balanço bastante saudável”. “Digamos que é left brain and right brain”, conclui Susana.

O catálogo da Absurdo conta actualmente com quatro nomes bastante diferentes, ou melhor, “três artistas e um dj-set” sublinha Sónia – Saur, Azevedo Silva, Hedonistas e Cimento. “Acho que o catálogo acaba por ser representativo da música de que gostamos e daquilo que ouvimos apesar de não ter não corresponder a um género”. Mas essa diferença é “o que acaba por ser interessante trabalhar, porque temos que definir mais ou menos estratégias ou ter que planear as coisas de forma diferente para cada um”. O contacto com cada projecto surgiu “um pouco espontaneamente. Normalmente eram pessoas que já conhecíamos. Portanto acabou por ser natural começarmos a trabalhar juntos. Eram amigos ou amigos de amigos, mas eram pessoas que já conhecíamos, mas quer dizer, isso não invalida que não procuremos coisas para além disso. Por um lado, também é um processo um bocadinho natural começares a trabalhar, normalmente acabas por conhecer as pessoas de quem gostas dos projectos ou vice-versa”. No caso de Saur a história foi bem mais exótica; “Eu só tive um acidente de carro na minha vida e o João, de Saur, estava lá, portanto nós estamos ligados para todo o sempre”, explica Sónia entre risos. “Ele quando me escreveu no Facebook foi “Olá Sónia é o João com que tiveste um acidente de carro, lembras-te? Eu agora tenho uma banda”.

E a Absurdo continua à procura de outros projectos para juntar à família, até porque “abrir as portas a outras possibilidades torna o trabalho um bocadinho mais criativo não é? Quando chega sangue novo, tentares ter novas ideias, ouvir coisas novas, trabalhares com pessoas diferentes que tu… é também o objectivo disto, é ser divertido e uma coisa que, apesar do trabalho, nos dê algum gozo.” Mesmo que isso implique muito mais trabalho para as duas, Susana explica, no entanto, que “depende das fases, também há fases em que as bandas estão. Por exemplo, o Luís (Azevedo Silva) agora está numa fase muito intensa, os Saur vão começar a estar numa fase também com mais trabalho a partir de Junho, portanto dá para jogar com as fases em que as bandas estão.” Sónia continua; “Acho que normalmente também há determinados contactos que fazes ou determinado trabalho que estás a ter, que ter para um ou ter para dois vai dar ao mesmo. Ter para um não invalida que não faças para três ao mesmo tempo. Obviamente que há alturas mais intensas em que seria complicado estar a gerir, por exemplo, demasiados lançamentos de discos ao mesmo tempo.”

No que toca ao mercado nacional Susana explica que “em termos de música portuguesa, acho que se está a viver um bom momento. Também acho que as salas, como estão com menos dinheiro, acabam por apostar mais em artistas nacionais e se calhar dar oportunidades a artistas mais pequenos, projectos que estão a começar, que ainda não tiveram a visibilidade que deveriam ter, acho que é mais neste sentido.”

Já este sábado (19 de Maio de 2012), a Absurdo prepara a sua primeira edição discográfica, que é na verdade uma co-edição da Absurdo e da Pentagon Recordings. “Monja Mihara”, o quarto de originais de Azevedo Silva, vai ser lançado “às 5 na Fnac do Chiado com um pequeno showcase. Aliás, acho que ele vai tocar quase todas as músicas do disco! E também é o dia em que o CD dele fica disponível a nível nacional nas lojas Fnac, nas Worten, no circuito comercial”. Ainda nesse dia a Absurdo prepara também o lançamento do seu Bandcamp. “Vamos também lançar um bandcamp da Absurdo no dia 19. Nesse dia o disco vai passar a ter distribuição digital através da Compact Records. É assim… vamos alargar os nossos horizontes internéticos com um Bandcamp. O nosso site há-de sair em breve também, o definitivo, ainda temos um blog provisório mas estamos a tratar afincadamente do nosso novo site”, explicam. Para este lançamento, prepararam um teaser que já se pode ver no facebook; “quisemos inaugurar as nossas edições, ou co-edições neste caso, de uma forma mais ou menos actual e hoje em dia como o facebook é uma ferramenta de divulgação tão importante achámos que era interessante ter alguns teasers. Não só termos vídeos enquanto teasers sobre o disco mas também para ajudar a promover o disco, e para isso contámos com a colaboração do Pedro Gancho e da Francisca Veiga que fizeram a realização do vídeo”.

As duas são bastante enfáticas na questão do lançamento em formato físico. “A única razão pela qual também apostámos nisto foi o formato físico, e há muita gente que se ri e diz: “Que bom momento para estarem a editar discos!” Nós continuámos com essa pretensão e eu acho que o Azevedo sempre foi um músico que, apesar de não ser muito mediático, sempre vendeu discos nos concertos, e creio que o facto de termos uma distribuição mais alargada e permitirmos a mais pessoas poderem comprar o disco, não só nos concertos, vai ser uma boa possibilidade para vendermos mais discos. Não vamos obviamente viver disto ou enriquecer, mas acho que não é um tiro no pé” diz Sónia. “Acreditamos no produto”, explica Susana, e Sónia continua, “acreditamos também no objecto, naquilo que se colecciona e o disco também materializa o nosso trabalho, aquilo que fazemos e é quase deixar legado. Não deixamos só os telefonemas, emails e tudo o que é virtual, as edições e os downloads gratuitos, mas deixamos um disco, que as pessoas levam para casa e nós temos na prateleira. É um motivo de orgulho”.

E, sendo esse disco um pouco como algo de coleccionador, houve claro outros formatos que vieram à conversa. “Nós queríamos vinil, só que o vinil está extremamente caro e, é importante dizer, que estamos a pagar este CD, que o disco está a ser pago com o trabalho de agenciamento que temos vindo a fazer, só que neste momento o trabalho que está para trás não permitia a aquisição do vinil. Mas obviamente já pensámos em vinil e também, se falamos em música como objecto de colecção, é quase inevitável pensar em vinil e em cassetes, certo? Mas acho que vamos querer fazer algumas experiências nesse sentido e queremos divertir-nos com essas coisas todas, não queremos editar um CD e achar que é o feito da nossa vida. Agora andamos à procura de mais ideias.” “Sim, já tivemos algumas” confidencia Susana “envolvendo cassetes…”. Fica a expectativa.

Para este fim-de-semana (18 a 20 de Maio de 2012), a Absurdo está em grande. Para além do lançamento de “Monja Mihara” dia 19 na Fnac do Chiado, há ainda a sul Saur dia 18 em Beja na Galeria Desassossego e 19 em Évora na SHE, Cimento também a 18 no MUV no Cais Sodré e, por terras de Espanha, Juanma Lodo dos Hedonistas apresenta-se dia 19 em Salamanca.

Para o final deste ano há festa prometida para o segundo aniversário; “Vamos fazer uma festa bonita, diferente” prometem. É estar atento!



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