Acto Seguinte

O Festival de Teatro da Guarda está de regresso. Até Outubro, oito produções passam pelo Teatro Municipal da Guarda.

O Teatro Municipal da Guarda volta a acolher, até Outubro, o Acto Seguinte – Festival de Teatro da Guarda. Pelos seus palcos passam oito produções, que vão desde o teatro, concertos, circo acrobático e exposições.

Da vizinha Espanha, o Circo Efímero, Zanguango Teatro e Títeres de Maria Parrato. Da Áustria vem a Cie. Birte Brudermann, e de Portugal, o Teatro Experimental de Cascais, CENDREV, Valdemar Santos e, numa estreia absoluta, a estrutura de produção teatral do TMG: Projéc~ (deve ler-se Projéctil!). O Projéc~ vai apresentar a peça “e outros diálogos”, de João Camilo, numa encenação de Luciano Amarelo.

Na Galeria de Arte do Teatro Municipal da Guarda vai marcar presença a consagrada artista plástica portuguesa Graça Morais que assina a exposição “Retratos e Auto-Retratos”, patente de 5 de Agosto a 22 de Setembro no TMG.

Um dos destaques é o espectáculo do Circo Acrobático Nacional de Pequim que se apresenta, no dia 14 de Setembro com trinta e cinco ginastas e acrobatas. A arte milenar da acrobacia chinesa, num espectáculo já classificado como “A pérola da arte oriental”.

Setembro

H-17 / Circo Efímero [Espanha] Sexta 1 – Teatro Municipal da Guarda [Junto à entrada de artistas] 21h30. Entrada livre

Se dividirmos a distância pela pressa que temos, obteremos a velocidade a que devemos viver, ou seja, depressa! As personagens desta história estão presas num tempo circular. H17 é uma crónica urbana que tem por base o humor e o circo que evade o espectador da pressão diária em que vive.

H17 está baseado en diversas técnicas circenses, acrobacia, equilíbrio, contorcionismo, corda, trapézio, e muito, muito humor. O espectáculo desenrola-se numa estrutura com oito metros de altura, em jeito de uma tenda de circo, mas com a forma de uma pirâmide.

Direcção e dramaturgia: Jordi Borrell
Intérpretes/acrobatas: Cristina Calleja Bolado (Trapézio e acrobacia), Marco Covela Iglesias (Contorcionismo, aro volante e trapézio), Victor Sánchez Reales (equilíbrios, corda e trapézio)
Desenho da estrutura: Pedro Rodríguez Cantalapiedra
Desenho de Luz: Germán Félix  e Gonzalo de Blas
Composição Musical: Jordi Borrell
Figurinos e adereços: Jordi Borrell
Direcção de Produção: Ramón López–Barranco Produção Circo Efímero

“Pan con Pan” Zanguango Teatro [Espanha] Sábado 2. Pequeno Auditório | 21h30. 5€

Um espectáculo onde se misturam o humor, a poesia e a crítica social. São personagens principais aqueles que perderam tudo. Os “Sem Voz”, os “Sem abrigo”, os “Sem terra”, aqueles que estão à margem da corrente da vida, ou melhor, aqueles a quem a onda da vida deitou abaixo, para o fundo. Quatro indigentes que habitam um beco sem saída, ou um solar abandonado, ou um pátio, inventam uma falsa realidade para poder aguentar o olhar no espelho todas as manhãs.

Autores Asun Ayllón Díaz-González, Jorge Arche Fernández, Josune Montón Gorostegui, José Ignacio Fernández De Jauregui e Miguel Muñoz Montoro
Direcção Miguel Muñoz
Ajudante de Direcção Santiago Ugalde
Interpretação Sofía Oreja, Jorge Arche, Begoña Martín e Txubio F. De Jauregui
Músicos Elko Haack, Javier Mayor, Chema Corvo.
Direcção Musical Elko Haack
Desenho de Luz Tom Donnellan
Cenografia Carlos Monzón
Figurinos Mónica Bailón
Produção Zanguango Teatro

Olivetree – “pumping percussive didgeridoo!”
Quinta 7. Café Concerto | 22h00.3€

Olivetree é uma combinação de emoções fortes provocadas pela elevação dos batimentos cardíacos ao som do didgeridoo. A viagem é garantida com ritmo e bem-estar, e será difcil manter o corpo parado. Esta ligação é expressa na fórmula mais orgânica que a música de dança pode assistir. Bateria e didgeridoo – é um novo projecto no mercado nacional criado em 2003 por Renato Oliveira (elemento do colectivo ROOTSCARAVAN) em Liverpool, Inglaterra. Olivetree vem dar ênfase à música de dança produzida apenas com instrumentos acústicos. Uma ideia simples de contextos rítmicos complexos.

Renato Oliveira Didgeridoo, Tito Silva Bateria, Paulo Cavernas Percussão

“3rd city” – Cie. Birte Brudermann / Teatro Visual [Áustria] Sexta 8. Pequeno Auditório. 21h30. 5€ [Bilhete Geral 17.5€]

Heinrich Schwesters é um importante homem de negócios que nos revela o seu dia-a- dia privado a partir do espaço limitado de um quadrado. Esta é a primeira de várias sequências, em que as personagens desfilam em espaço limitado, dando ao público a sensação de estar a apreciar uma galeria onde os diferentes quadros expostos nos transportam para diferentes situações e personagens.

Inês de Portugal – Coroa de Amor e Morte
Teatro Experimental de Cascais
Sábado 16. Grande Auditório | 21h30. 10€ [Bilhete Geral 17.5€]

Peça escrita em 1955, em Buenos Aires, durante o exílio de Alejandro Casona, onde se conjugam todas as influências dos talentos do autor; esta coroa que remata os amores de D. Inês de Castro e de D. Pedro de Portugal é como uma lenda em que o amor substitui o elemento fantástico. A peça conta a trágica história do amor do par romântico mais célebre da cultura portuguesa.

Poucos temas terão agitado tanto a fantasia de dramaturgos e romancistas quanto este da paixão, morte e transfiguração de Inês de Castro, talvez porque a realidade histórica dos factos se funde com um dos motivos mais caros à poesia de todos os tempos: o do “Amor mais poderoso do que a Morte”.

Texto: Alejandro Casona
Tradução: Maria João da Rocha Afonso
Encenação: Carlos Avilez
Cenografia e figurinos: Fernando Alvarez
Luminotecnia e direcção de montagem: Manuel Amorim
Sonoplastia e montagem: Augusto Loureiro
Interpretação (por ordem alfabética): Anna Paula, António Marques,  Fernanda Neves, João Vasco, Luiz Rizo,  Maria Camões, Pedro Caeiro, Renato Godinho,  Romeu Vala, Santos Manuel, Sérgio Silva, Teresa Côrte-Real e Vanessa Agapito
Produção: Teatro Experimental de Cascais

A Segunda Surpresa do Amor / CENDREV
Sexta 22. Grande Auditório. 21h30. 5€ [Bilhete Geral 17.5€]

“A Segunda Surpresa do Amor” foi criada em Dezembro de 1727 e até ao fim do século XIX foi representada 260 vezes na Comédie Française de cujo repertório fazia já parte. Após um período em que foi praticamente esquecido na primeira metade do século XX, foi inteiramente redescoberto a partir de 1946 com Barrault, Jean Vilar em 1956 e finalmente, já em plena descentralização, Planchon que, em 1959, monta uma “Segunda Surpresa de Amor” que ficou, a todos os títulos, memorável.

Marivaux é um crítico feroz que, escudado na enorme elegância da sua escrita, vai pondo a nu o que havia de conduzir à queda do Ancien Régime e ao triunfo da Burguesia. Nesta Segunda Surpresa, isto está extraordinariamente presente: uma aristocracia simbolizada em três personalidades que, no fundo, se degladiam e nunca se complementam: uma Marquesa, um Cavaleiro e um Barão, todos mergulhados num ócio elegante (que os conduzirá, 62 anos mais tarde, à queda da sua condição de classe dominante) e dois criados, espelhos dos patrões, que vão ser a futura burguesia da Revolução.

Texto: Marivaux
Encenação: Mário Barradas
Cenografia e Figurinos: Manuela Bronze
Interpretação: Rosário Gonzaga, Maria Marrafa, Rui Nuno, Figueira Cid, Álvaro Corte Real e Jorge Baião

“e outros diálogos” de João Camilo
27, 28, 29 e 30. Pequeno Auditório. 21h30. 5€ [Bilhete Geral 17.5€]

“e outros diálogos” é o primeiro trabalho da estrutura de produção teatral do TMG: Projéc~

(…) Tento transmitir nestas peças curtas uma visão idealizada e estilizada (o que não quer dizer “embelezada” – evite-se o bonito e o simpático) da realidade; tento pôr discretamente, quase silenciosamente, em cena os conflitos do desejo, da alegria, do amor e do ódio. O mínimo, o que quase não é acontecimento, é para mim acontecimento – porque é assim na minha vida e na dos outros.

Cada palavra e cada gesto têm no palco a importância de uma nota musical, de uma cor e linha do quadro, de um movimento de dança – nada do que acontece no palco se perderá, o palco é o lugar onde tudo adquire significação. Por isso o actor deve ser prudente e muito discreto, quase tímido, avaro de gestos e intensidades de voz. (…)

João Camilo

Textos: João Camilo
Encenação e espaço cénico: Luciano Amarelo
Interpretação: Fernando Landeira, Luciano Amarelo e Sandra Salomé
Música Original: Albrecht Loops
Desenho de Luz: José Neves
Produção: Teatro Municipal da Guarda

Outubro

“Ping  – o pássaro que não sabia voar”
Títeres de Maria Parrato [Espanha] Quarta 4. Pequeno Auditório. 10h00 e 14h30. 2€

Ping é branco e preto, vive no frio e dá calor, é um pássaro e não sabe voar, nasceu sozinho e não sabe bem quem é. O sonho de voar fá-lo descobrir que o mundo à sua volta, que parece tão difícil e cheio de obstáculos, é afinal um jogo divertido. Assim, de pássaro ridículo que não consegue voar, Ping transforma-se numa criatura maravilhosa do fundo do mar.

Texto: María José frías e Nuria Aguado
Direcção colectiva: Titeres de María Parrato
Manipulação e interpretação: Nuria Aguado e María José Frías
Desenho de Luz: Miguel Zabaleta
Produção: Títeres de María Parrato com o apoio do INAEM, da Junta de Castilla y León e da Fundación Siglo para las Artes

Apresentação do Caderno TMG – “A Garrafa” de Manuel Poppe
Quarta 11. Café Concerto. 18h00. Entrada livre

Todos os dias nos vemos ao espelho mas há, sempre, um dia especial, em que perguntamos: “Que fiz da minha vida?” Eis o que acontece ao homem a quem chamam Guilherme (e chamar-se-ia Guilherme?). Ao homem rico (e seria rico?). Ao homem feliz (e seria feliz?). Confronta-se consigo e com o destino. Chamam-no a alma e o tempo: cresceu e não sabe quanto lhe resta. Interpela a garrafa, confidente muda, velha companheira e testemunha do que lhe aconteceu (ou não aconteceu, ou aconteceu de outra maneira…). Com ela fala, a meio do deserto. Conta-lhe verdades? Mentiras? (…)

Manuel Poppe

“A Garrafa” de Valdemar Santos
Quarta 11. Pequeno Auditório. 21h30. 5€ [Bilhete Geral 17.5€]

Testemunho aqui a minha verdade e a minha mentira. Manipulo porque assim o desejo. Ou será a minha memória que me manipula? Que sei eu de mim? Eu, que me encontro a meio da vida? É necessário este encontro, com a minhA GARRAFA, com a minha sombra! (…) Quando mergulho, da claridade que ainda me é permitida, são elas que se agigantam, que se impõem, e eu, um títere!, ave de asas alugadas numa loja nocturna, esvoaço de alcova em alcova, de braço dado contigo Garrafa, vampirizando-te a coragem de que doas para o meu conforto, e as estrelas brilham lá no alto a meu bel-prazer e que tudo se dane! (…)

Valdemar Santos

Texto: Manuel Poppe
Encenação/Interpretação: Valdemar Santos
Desenho de Luz: Pedro Carvalho
Produção: Valdemar Santos



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