Alexandre Camarão

The Remixes.

Alexandre Camarão tem 33 anos e um passado musical escondido por detrás do pseudónimo Shrimp, através do qual editou as suas primeiras incursões nestas lides pelas mãos da defunta Kami’ Khazz, em 1997, e o primeiro álbum, “Electric Sul”, pela Nylon, em 2002. Três anos depois, desapega-se de falsos nomes e lança “The Remixes” com a Loop: Recordings, registo feito de colagens, revisões da colecção pessoal de discos e colaborações.

Alice Coltrane, Balanescu Quartet, Fela Kuti, Deodato, Les Rita Mitsouko, Inner Life, Marc Moulin, Né Ladeiras, Phlip Glass, Stevie Wonder, Salsoul Orchestra ou Underground Resistance são alguns dos nomes sobre os quais Camarão se debruçou para criar este seu álbum e que resultam em 12 faixas envoltas em sonoridades a roçar o jazz, a soul ou o funk. Entre o rol de convidados (são nove) estão os conhecidos nomes de Melo D, Kalaf ou Marta Hugon o que acaba por criar registos diferentes, ainda que tendo como base as mesmas linhas mestras.

«New Noise (256 Cores)», «Denken Ist Plastik» ou «Summer Sea (Sweet Soul Music)» são músicas que se diferenciam pelos ritmos mais acelerados, sendo que esta última resulta de uma autêntica jam session de todos os vocalistas envolvidos, com o computador a fazer o resto do trabalho, e a querer merecer o título de primeiro single de “The Remixes”. Mas nem sempre se dança neste trabalho assinado por Alexandre Camarão. «Landscape» ou «The Sun Ship» são, pelo contrário, temas bem mais melancólicos e que fogem a toda a linha do disco, deixando a soul de lado. «There’s Somebody To Love» ou «As Tuas Mãos» já fazem lembrar aqueles inícios de noites num qualquer bar lounge. Para se ouvir enquanto se bebe um copo… sem pressas…

No final tem-se a sensação de que se ouviu o disco num instante… e isso é bom, ainda que as constantes deambulações pelas inúmeras influências do produtor nem sempre resultem como deviam. Os dj sets de apresentação deste trabalho estão prestes a começar e são provavelmente a melhor forma de conhecer “The Remixes”, ou então instalado no sofá em casa… sem pressas…



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