| AMANHÃ | Clube de Cinema retoma sessões com melhores filmes de 2011
Ano novo, vida nova, diz o adágio. No entanto, existem coisas que não mudam, como a programação regular do Clube de Cinema de Setúbal e a sua qualidade. Neste arranque de 2012, continuamos a exibir todas as quartas-feiras filmes, curtas e documentários no bar-galeria La Bohéme, sempre a partir das 22h. E, claro está, com entrada gratuita.
Normalmente, esta altura do ano serve para recordar os melhores do ano que entretanto termina. Mas como não quisemos estar a repetir títulos, optámos por um ciclo diferente: 4 filmes de 2011 que provavelmente não viu porque, por qualquer razão obscura, não chegaram às salas nacionais. O mercado de distribuição de filmes nas salas portuguesas desafia qualquer lógica e, portanto, aqui vai uma bela oportunidade para descobrir quatro belos filmes.
Programação de Janeiro:
Dia 4 – Cold Weather, de Aaron Katz (2010) – 96m.
O mumblecore foi um dos fenómenos mais sui generis do cinema nos últimos anos, num movimento independente low-cost muito do it yourself. Um pouco a lembrar o Dogma 95, nos anos 90, mas em melhor. “Cold Weather” é um desses últimos exemplares, em que o desaparecimento misterioso da ex-namorada de Cris Lankenau vai leva-lo, qual Sherlock Holmes amador, a redescobrir a sua vocação profissional e a restabelecer os vínculos emocionais com a irmã. Tudo de forma muito circunstacial e atrapalhada.
Dia 11 – The Way, de Emilio Estevez (2010) – 123m
Apesar dos seus 70 e tal anos, Martin Sheen (o pai do problemático Charlie Sheen) viajou para a Europa para fazer o caminho de Santiago a pé, até Saniago de Compostela, com o seu filho não famoso. Ao que consta, a jornada foi tão proveitosa que o Sheen mais novo ficou a viver em Espanha. Emilio Estevez, o irmão menos mediático, decidiu transformar a peregrinação em filme e, patrocinado pelo Jacobeu, dirigiu o próprio pai num road-movie muito especial de descoberta pessoal pelo caminho de Santiago.
Dia 18 – Win Win, de Thomas McCarthy (2011) – 106m
Paul Giamatti, no seu estilo nervoso e amarrotado do costume, é um pai de família a braços com problemas económicos que decide tornar-se tutor de um velhote senil, aproveitando assim a parte financeira. O que não sabia é que, por arrasto, viria um jovem problemático com o cabelo descolorado à Eminem. De comédia indie a drama familiar é um saltinho, num filme de regeneração pessoal sobre os laços do amor e da família.
Dia 25 – The Woman, de Lucky McKee (2011) – 101m
Jack Ketchum, considerado “o escritor mais perigoso da América”, é uma espécie de mistura entre Cormac McCarthy e Stephen King, um autor que tem sido descoberto em Portugal através do MotelX, o festival de cinema fantástico de Lisboa. “The Woman”, o mais recente filme baseado num dos seus livros, é um dos filmes mais cruéis, selvagens e perturbadores de 2011, que conta a história de uma (disfuncional) família norte-americana, que captura uma mulher selvagem – uma mulher sem nome e sem identidade, que serve de metáfora feminista e anti-misógina.
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