“Dead Space 3” | Análise
O fim de uma das mais aclamadas séries de Survival-Horror?
Isaac Clarke, o mais famoso (e azarado) Engenheiro Espacial, está de volta ao espaço na terceira parte da aclamada saga de Survival-Horror, “Dead Space 3”. No entanto, para atrair mais jogadores, a Visceral Games resolveu sacrificar algum do terror e aplicar mais acção e um novo sistema de Co-Op. Será que estas decisões vão marcar o fim de uma das mais aclamadas séries de Survival-Horror?
A saga “Dead Space” ficou conhecida por conseguir combinar um elevado nível de grafismo com uma óptima jogabilidade. Este jogo não é diferente. “Dead Space 3” oferece-nos momentos visuais deslumbrantes. Antes de aterrarmos em Tau Volantis, damos por nós num cemitério de naves repleto de destroços. Percorrer este cenário incrivelmente concebido dá-nos uma sensação mórbida que mistura paz e ansiedade. Ao contrário do que acontece nos títulos anteriores, este espaço com Zero-Gravity é muito maior, pedindo para ser explorado. O ambiente dentro das naves relembra a saga “Alien” de Ridley Scott, tanto na forma como elas foram concebidas, como nos sons que as acompanham e que nos deixam sempre alerta. Cumprindo uma série de objectivos, podemos por fim aterrar em Tau Volantis. A paisagem exterior ao estilo de “The Thing” de John Carpenter transmite-nos imediatamente vulnerabilidade e solidão. In Space no one can hear you scream (No espaço ninguém te ouve gritar). O mesmo se passa aqui. Além dos relatórios e mensagens áudio que encontramos à medida que vamos explorando o planeta, nevões, ventos fortíssimos e Necromorphs são tudo o que resta neste planeta abandonado há mais de 200 anos.
Este jogo tem sem dúvida mais acção que os títulos anteriores e, além de podermos contar com a jogabilidade que tínhamos nos títulos anteriores, há também algumas novidades. Uma delas consiste na possibilidade de Isaac poder rebolar para se afastar de ataques, objectos, etc. Infelizmente, por não estar habituado a este movimento no “Dead Space”, foi coisa que pouco usei (para mal dos meus pecados), chegando mesmo ao ponto de numa boss fight gritar “Epá se ao menos o homem rebolasse… Ah… Espera…” O objectivo continua a ser o mesmo quando enfrentamos Necromorphs, ou seja, desmembrá-los. No entanto, como neste título não vamos só enfrentar Necromorphs, quanto mais depressa eliminarmos os nossos inimigos, melhor.
Nos títulos anteriores, à medida que explorávamos o jogo, íamos encontrando dinheiro que se podia usar para comprar armas, as quais iríamos depois aperfeiçoando no Bench. Neste título, em vez de dinheiro, encontramos receitas e materiais que utilizamos para criar e aperfeiçoar as nossas próprias armas no Bench. É isso mesmo, cada jogador faz a sua própria arma. Enquanto que eu escolhi utilizar uma arma com um sistema de lança-granadas e balas com electricidade, outros podem preferir armas que lancem ácido, fogo e até mesmo outras que utilizem Stasis nas balas para abrandar os movimentos dos inimigos que estiverem a enfrentar. Cada situação será diferente e este sistema de criação de armas é sem dúvida uma componente fantástica que nos permite adaptar a cada uma delas.
Outra novidade neste título é a possibilidade de o passarmos em Co-Op. Carver junta-se a Isaac e, além de podermos passar o jogo com um amigo, temos acesso a conteúdo que não está disponível no modo Single-Player. Neste modo surgem novas conversas entre os dois personagens e em adição às missões opcionais de single-player, encontramos também missões opcionais exclusivas para Co-Op. Se estiverem a jogar com um amigo ou encontrarem alguém para vos ajudar não deixem de fazer estas missões. Além de recompensas específicas, cada missão ajuda a explicar a história do jogo e a desvendar o passado obscuro de Carver. Este modo pode ser activado e desactivado à vontade pelo jogador. O seu único defeito? O facto de não ter split-screen. Se quisermos jogar com um amigo, terá de ser online.
A história, apesar de interessante, especialmente no modo Co-Op, não é o ponto forte deste jogo, chegando por vezes a ter momentos algo previsíveis. Isaac, que desistiu da luta contra os Markers e da sua relação com a Ellie, vê-se obrigado a ir ajudá-la quando sabe que pode estar em perigo. Contra Isaac e o seu grupo, além dos Necromorphs que os aguardam em Tau Volantis, estão também os soldados de um grupo de extremistas que consideram os Markers uma mensagem divina e que elevará o Homem a um estado superior.
Apesar de algumas críticas, o terror está presente, mas talvez de uma forma mais mórbida e não nos leva constantemente a saltar no sofá. Aproveito para informar que está também para sair este mês uma expansão que vai continuar os eventos deste título e que irá supostamente trazer o “Dead Space” às suas assustadoras origens.
Ambientes fantásticos e uma criação de armas totalmente inovadora são sem dúvida os pontos máximos deste jogo. Apesar da história por vezes não acompanhar estes pontos, não vos impede de obter uma óptima experiência de jogo. “Dead Space 3” é um jogo que merece a vossa atenção.
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