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Anarchicks @ Musicbox (25.01.2013)

As festas querem-se em grande! A RDB aproveitou a ocasião para conversar com as Anarchicks

Uma caixa cheia de música foi o que a Editora Chifre nos proporcionou na noite de 25 para 26 de Janeiro no Musicbox.

Se o mote era o Girl Riot, o aperitivo serviu-se no masculino com os Twinchargers com analogias a um rock de garagem e com uma prestação cheia de feeling, que serviu na perfeição para aquecer as hostes e deixar boas indicações para o futuro.

Estavam assim abertas as festividades, enquanto se ultimavam os preparativos no backstage, para a entrada das Anarchicks que iriam tocar para uma sala esgotadíssima, deixando do lado de fora dezenas que perderam a oportunidade de se juntarem a esta celebração.

Com uma parte cénica a mostrar-nos filmagens das intervenientes, conseguiram criar uma atmosfera descontraída e real do universo Anarchicks. Palheta no decote, baquetas à cintura e franjas aprumadas, dá-se assim início ao concerto com uma intro original e feita para a ocasião.

Executam freneticamente e com garra, desenvoltura e consonância as músicas do álbum em questão, passando também pelo primeiro EP, “Look What You Made Me Do”, através dos temas «Bored» e «Endless Love», havendo como bónus um tema original que poderá fazer parte de um próximo trabalho – «And it feels good too», assim como a presença muito saudada de Da Chick na música «Dance».

Seria com «Restraining Order» – música do single e videoclip, que o público entraria de feição naquele que já estava a ser um concerto em que o pé não parava e que foi feito sempre em crescendo, com a banda e o público a entrarem em sintonia e a acabarem em união de facto num encore com a repetição do single e uma música nova – «Daddy was a punkrocker» que, mesmo em fase embrionária, fizeram questão de partilhar e que funcionou como ponto final para esta noite e vislumbre do que poderemos esperar num futuro próximo destas Chikas.

Se houve peripécias e tombos acidentais, mas bem contornados, diremos então que não tentem “empurrá-las”, porque elas estarão sempre prontas a levantar-se!

A Rua de Baixo conversou ainda com as Anarchicks ainda no seguimento do lançamento do novo álbum “REALLY?!”, fez perguntas sobre factores importantes para a banda e avança com algumas opiniões dos seus quatro elementos, as quais transcrevemos abaixo:

Dêem-nos uma definição do que acham ser este álbum e de que forma ele se torna uma motivação

Helena (Synthetik) – O álbum… é o primeiro capítulo de um livro que espero ser longo… É o resultado da nossa química musical e de nós mesmas, de tudo o que demos à música. Este é o concretizar da nossa vontade de tocar, de compor, de vibrarmos com a música que fazemos. E logo, também, é um grito de vontade e de liberdade, em fazermos o que queremos na vida, e de lutarmos pelos nossos sonhos. Queremos convidar toda a gente a partilhar a música connosco e, se gostarem, a fazerem parte desta história que estamos a escrever. Miúdas, venham tocar!

Expliquem-nos: como têm reagido a todo este hype, e de que forma isso vos influencia?

Nós não nos preocupamos muito com isso e nem ajudamos a criar o hype. Pelo contrário até, queremos provar que somos mais do que isso, que estamos aqui para ficar, e não somos uma moda passageira, e que o nosso valor e o que nos move é a música e é isso que é importante para nós.

De onde e como surgiu o nome e participação de Da Chick?

Priscila (Pris) – A Da Chick estava presente num concerto que demos na Officina no Dia da Mulher. Perguntámos-lhe se queria improvisar connosco numa música chamada «Rockstars», ela aceitou. Mais tarde lembrámo-nos de a convidar para participar numa faixa, nomeadamente a «Dance».

Relativamente aos StoryTailors, de onde surgiu a ideia de filmarem lá o videoclip?

Pris – Nós demos um concerto na loja, na Lisbon Week, e adorámos o espaço. Falámos com eles e eles aceitaram.

O que não “se enquadra” nos vossos objectivos enquanto banda?

Catarina (Katary) – O que não se enquadra nos nossos objectivos enquanto banda… Segundo a minha visão pessoal (porque nunca falámos muito aprofundadamente sobre isso):
– Vender a alma
– Fazer playback
– Fazer coisas com as quais não nos sintamos confortáveis
– Agradar aos outros sem nos agradar a nós próprias
– Não sermos livres
– Parar de fazer música compulsivamente… Isso não é para nós!

Qual a importância do vosso passado como músicos no presente projecto?

Katary – O nosso passado tem importância no nosso presente musical. Foi ‘ele’ que nos trouxe até onde estamos: a fazer música com as Anarchicks. As vivências que tivemos em tudo desenharam o nosso perfil pessoal e musical. As pessoas com que tocámos, as músicas que fizemos e ouvimos, tudo isso está impresso no nosso ADN, como uma tatuagem que nunca vai sair. Sinto que até os episódios mais, aparentemente, insignificantes, tiveram a sua cota-parte para ser o que sou hoje enquanto músico. Os álbuns que rodaram em loop na minha aparelhagem, as bandas que idolatrei, está tudo inscrito na música que fazemos.

A música para vocês é uma “arma” em que sentido?

Ana (JD) – A música é uma arma no sentido em que serve para mudar mentalidades e, no fundo, mudar um pouco o mundo.

Qual o panorama actual aos níveis nacional e internacional para as Anarchicks?

JD – Esperamos muitos concertos, e muita música nova. Espero também começar a quebrar a barreira desse “País chamado o estrangeiro”.

 

Ficámos ainda a saber off  the record que, apesar de terem um passado em outros projectos musicais, o que lhes interessa é o futuro, que levam a experiência e que esperam crescer ainda mais no mundo da música.

Fotografias por João Folgosa



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