“Anassa” de Josh Martin
A procura acidentada em busca do caminho certo
No novo livro de Josh Martin, Anassa (Topseller #Bliss, 2018), sequela de Ariadnis, os protagonistas Taurus, Etain, Ade, e Nove, ver-se-ão forçados a confrontar os seus receios e dúvidas, em meio a uma tomada ofensiva do seu território. Para tal, terão que descobrir não só como unir ambos os povos, antes de que seja tarde demais, mas descobrir-se a si próprios no processo. Será uma nova aventura para todos os envolvidos, marcada por caminhos tortuosos, repletos de armadilhas, inimigos encobertos, e novas descobertas.
Sou a Anassa: a líder dos humanos que ainda restam na última ilha de Erthe, e hoje vou conduzir-nos para casa.
Josh Martin apresenta, neste livro, uma escrita, igualmente, criativa, porém mais confiante do que em Ariadnis. Parece ter definido, mais a fundo, as personagens que criou, e permitiu-se desenvolver, não só, as imperfeições das mesmas, como, também, arriscar introduzir novos obstáculos, novos personagens, que irão abalar as estruturas, ao parecer, já estabelecidas, onde nada, porém, é o que parece.
Há seis meses, enquanto a Etain foi comunicar ao conselho o que tinha acontecido, fiquei com a Ade junto à rapariga que encontrámos no tronco oco da árvore. (…)
Ela não era a Aula. Não era a Joomia. Era… alguém que se situava algures entre as duas.
Nesta sequência de Ariadnis, já quase um ano passou desde os acontecimentos ocorridos aquando da derrota de Nadrik e união de Aula e Joomia numa só pessoa.
As árvores estão diferentes, a ilha está diferente.
Caminho sem propósito nem direção. Não quero ninguém. Não quero nada. (…) Seria um alívio deixar-me desabar aqui, junto a esta árvore ou à próxima, deixar cair estas pedras que me comprimem o peito. Mas não me sai nada. Não sai a tristeza, nem sequer o alívio.
Etain tenta cumprir a profecia que a sua mãe, antiga profetisa de Athenas, envisionou para o seu futuro. É a Anassa, a líder dos dois povos. Porém, mesmo após o sacrifício das Escolhidas, e a liderança de Anassa, a situação está insustentável.
Inundada por dúvidas, e uma revolta interior, ver-se-à confrontada com as suas decisões, e terá a árdua tarefa de decidir crer, ou não, no seu destino como líder.
Porque Vi a mulher em que te vais tornar e Vi o homem em que o Taurus se vai tornar também. Vi todas as dificuldades que vais enfrentar. E Vi-te a ultrapassar cada uma delas.
As palavras da mãe atormentam-na. As saudades que sente dela, sufocam-na. A descrença verso a profecia, inunda o seu ser. A revolta contra a vida, aparentemente, mais fácil do irmão, em oposição ao que sempre lhe foi exigido, conduz a um estado de amargura intensa.
Mas sinto-me perdido.
(…) Algumas pessoas são mesmo assim, perdidas. E não faz mal. Porque tentamos. (…)
Mas a Joomia estava perdida, penso. E Aula estava perdida. E agora são uma única pessoa. Talvez seja isso de que preciso.
Taurus, por seu lado, também não está feliz com a situação em que se encontra. Descobriu ser a bússola, o ‘instrumento’ que iria ajudar a irmã no seu percurso de liderança, mas interiormente, almeja algo mais para si mesmo. O seu desejo de ser mais útil, as sensações ambíguas verso a Nove, deixam-no num estado de confusão e angústia perpétua.
-As aranhas. As aranhas vão-se embora.
Apesar de todos os esforços de Etain como Anassa, do apoio por parte de Taurus, da Nove, e do conselho, composto por metisianos e athenesianos, a situação toma contornos graves, e chega a um ponto de ruptura.
Metisianos e athenesianos, expõem, agressivamente, as suas diferenças e ódios. Uma união entre ambos os povos é, cada vez mais, impossível de existir. E eis que um acontecimento imprevisto, coloca tudo de pernas para o ar e, provoca um abismo, ao parecer, intransponível.
As formigas fizeram um bom trabalho, ao espalharem-se tão minuciosamente. A sua estratégia funciona porque são seres muito simples: tão facilmente ignoráveis. (…) São invisíveis, mesmo para a Escolhida da Lore. E a única coisa que precisam de fazer é ficar nos seus postos e iluminar o caminho para o Vulcan.
Uma ameaça, até então, desconhecida, surge como um tsunami e revoluciona tudo o que eles acreditam ser a realidade. Vulcan, o líder do povo de Govinda, um tirano sem compaixão, invade Chloris e perturba a, já instável, situação na ilha.
Cabe, então, ao grupo de amigos, partir em busca da salvação do seu povo, e de si mesmos.
Conseguirão eles encontrar a resposta às suas questões? Conseguirão salvar o seu povo da escravatura a que estão submetidos? E qual será o preço a pagar?
Anassa, de Josh Martin, é uma aventura de auto conhecimento, de renascimento e sacrifício, com personagens imperfeitas, e caminhos já traçados. Um povo por unir. Um destino por cumprir.
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