Antony & The Johnsons

Uma das maiores vozes da actualidade regressa a Portugal.

Depois de ter passado por Portugal, sempre na condição de convidado (com os Current 93 e com as Cocorosie), Antony vem de novo a Portugal, acompanhado dos seus músicos, para apresentar o mais recente “I am a bird now”, que mereceu os mais rasgados elogios da imprensa mundial. Os espectáculos estão agendados para os dias 29 de Maio (Casa da Música no Porto), 30 de Maio (Casa das Artes em Famalicão) e 31 de Maio (Aula Magna em Lisboa).

Embora tenha nascido na Califórnia, Antony é um dos músicos mais influentes do panorama mais underground de Nova Iorque. Foi com apenas 19 anos que, depois de ter assistido a um documentário sobre a cena cabaré nova-iorquina, decidiu mudar-se para a costa este dos Estados Unidos com o sonho de ser performer.

Depois de frequentar durante 2 anos um curso de Teatro experimental na Faculdade de Nova Iorque, Antony consegue encontrar um local onde exterioriza o seu talento de palco. Mantém-se no Pyramid Club até 1995 onde forma e actua com os Blacklips, um colectivo de perfomers composto por drag queens e onde a sua voz começou a ganhar destaque com os seus after-hours de canções.

É através das suas actuações que consegue uma bolsa da Faculdade de Artes de Nova Iorque e forma os Antony And The Johnsons. Depois de uma série de concertos por alguns dos bares mais alternativos da cidade, é editado em 2000, através da Durtro (editora de David Tibet dos Current 93), o homónimo disco de estreia da banda, que deu a conhecer ao mundo a hipnótica e única voz de Antony.

Durante os primeiros anos deste novo milénio a carreira de Antony ficou marcada pelas inúmeras colaborações em estúdio e ao vivo com diversos artistas – Devendra Banhart, Rufus Wainwright, Cocorosie, Current 93  – bem como no cinema – Animal Factory , de Steve Buscemi e Wild Side , de Sebastien Lifshitz (onde cantou “I Fell in Love to a Dead Boy” para uma plateia de transexuais em Paris).

Em 2003 Lou Reed convida-o a reinterpretar “Perfect Day” para o seu disco “The Raven” e, mais tarde, para entrar na banda que o acompanhou na digressão internacional para promover o álbum, deixando-o interpretar sozinho o tema “Candy Says”, a célebre homenagem do ex-Velvet a uma das estrelas de Warhol, Candy Darling, a mesma que embeleza a capa de “I Am a Bird Now”, o disco que marca o regresso de Antony em 2005.

NOW … I AM A BIRD

O regresso discográfico de Antony não podia ser melhor. “I am a bird now” é um álbum quase perfeito. A voz continua a mesma linha de ambiguidade que caracteriza Antony: frágil mas ao mesmo tempo forte, desconcertante mas pura. As canções melancólicas que compõem o disco falam-nos de amor, de abandono e da ambiguidade sexual que o caracteriza. Se juntarmos a estes factores uma tremenda produção, temos aqui um dos discos do ano.

Esta é a opinião unânime da crítica mundial, que tem colocado a voz de Antony num pedestal. Basta navegar um pouco pela Internet para encontrar expressões como: “the next great voice in music” (Mojo) ou “Scarily intimate and irresistibly beautiful” (Spin). Como se a voz de Antony não bastasse para fazer um grande disco, os dez temas que compõem este registo reservam-nos algumas surpresas em forma de colaborações. Num só disco, Antony conseguiu reunir os seus amigos e os seus ídolos.

Pela primeira vez na história, Boy George participa numa boa canção – “You Are My Sister”, Lou Reed colabora em “Fistful of Love”, Devendra Banhart dá o mote em “Spiralling” e Rufus Wainright tem a honra de ter uma canção só sua, “What Can I Do?”. Não será demais para um só disco? Não !!

A voz de Antony, acompanhada pela música dos Johnsons, vai estar em Portugal para três concertos a não perder. É só pena que ele não traga alguns dos seus amigos e não acabem a cantar o “Gay Messiah” de Rufus Wainright. Seria um momento único. Não acham?



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