Arata Isozaki
Até dia 4 de Janeiro é possível visitar no Museu Serralves no Porto, o Labirinto Eléctrico, a maior criação do Japonês Arata Isozaki.
Quando em Maio de 1968 centenas de artistas ocuparam a XIV Triennale di Milano durante 10 dias, um conjunto de projectos é destruído, não chegando a Triennale a abrir ao público.
A instalação de Arata Isozaki foi agora reconstituída a partir de um modelo e supervisionada pelo próprio artista. Relacionando-se com o contexto cultural e político da época, consiste na criação de um espaço resultante da colaboração do arquitecto com artistas, como Jin Hidaka, o designer Kohei Sugiura – um dos mais criativos designers do Japão pós-guerra -, o fotógrafo Shomei Tomatzu e o compositor Toshi Itchiyanagi. Este conjunto de criadores concebeu um projecto surpreendente, que incide sobre a possibilidade da cidade futura implicar um conceito permanente de ruína, fazendo referência aos bombardeamentos de Hiroshima e Nagasaki. Aqui ficam as palavras do criador sobre a sua obra:
“A minha ideia era criar doze paíneis curvos, muito grandes, cobertos por uma superficie de alumínio onde numerosas imagens eram impressas em seritipia. (…) O espectador virava-se e de repente via um fantasma ou um corpo morto, o que o envolvia completamente no movimento dessas imagens estranhas. Quase todas tinham a ver com a tragédia da guerra ou a crise da sociedade. Ao mesmo tempo, existiam também as paredes grandes, nas quais fiz uma espécie de colagem sobre as ruínas de Hiroshima e a megastrutura que se viria a tornar (…). Eu estava muito obcecado por essas ruínas do futuro. Projectei na parede muitas imagens da cidade futura. Tentei mostrar como a cidade futura iria ficar constantemente em ruínas. Isso estava patente nos painéis móveis que, quando rodassem, seriam acompanhados por sons estranhos. Chamei à instalação Electric Labyrinth.”
O Labirinto Eléctrico pode ser visto no Museu Serralves até dia 4 de Janeiro de 2004. E já agora que estão por lá, aproveitem, dêem uma volta pelo jardim e visitem a casa do chá mesmo no centro do jardim. Não se irão arrepender.
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