Arte non Stop @ Alquimista

Dois dias de cultura.

Eu não sabia, mas esta foi já o ano 3 da mostra Internacional da ARTE NON STOP. A responsabilidade da iniciativa é da associação Vo’arte e o cardápio era tão diversificado que o difícil era não agradar. Da dança à fotografia, do circo à multimédia, do vídeo à música, do teatro às mais diversas artes visuais. Impossível é destacar performances. Os nomes são mais que muitos (se vos disser que são qualquer coisa como 35, acreditam?) e as actuações todas diferentes e dignas de aplauso. Naquelas noites frias as emoções variavam entre todos os estados de espírito que me consigo lembrar: raiva, frustração, amor, dor, angústia, rendição, espanto…

O cenário, esse, não poderia ser melhor. O evento decorreu nas 2 noites no emblemático e sui generis Santiago Alquimista, ali mesmo às portas do Castelo. Um palco grande, bem exposto, as paredes de pedra, a luz ténue das lamparinas nas mesas e estava criada a atmosfera perfeita para o acontecimento. O ambiente estava descontraído e calmo, à excepção da organização que, completamente determinada a bem receber e servir, não se poupava a esforços para manter tudo no horário certo e a decorrer de acordo com o previsto. Aliás, era frequente vê-los a saltitar de um lado para o outro, escada acima, escada abaixo a perguntar, confirmar e informar.

Quem também por lá andava entre pequenas corridas e trejeitos nervosos era o apresentador, que trajava fato de macaco verde e oleado azul. Era uma figura que nos fazia sorrir com o seu jeito desajeitado e que entre graçolas e trocadilhos nos pedia para cumprir uma regra tão simples e básica como fazer SILÊNCIO. Nem todos foram capazes de entender… enfim.

O que esta personagem disse, vezes e vezes sem conta, era para “aquelas pessoas ali da direita irem para o lado esquerdo… e… aquelas pessoas lá em cima, venham cá para baixo… se faz favor”. Piada ou não, a verdade é que 5 horas e muitas performances depois, o frio e os músculos entorpecidos não me deixaram outra hipótese a não ser arrastar-me de lá para fora.

Mas valeu a pena. Reinou a vontade de ver novos talentos, apreciar aquelas almas rendidas às artes. Não eram verdadeiros artistas na acepção da palavra, mas antes pessoas como nós, sensíveis, curiosas e desprendidas de preconceitos. É sempre agradável ver que há quem prefira ocupar assim um serão diferente em Lisboa fugindo, pelo menos por uma noite, ao pseudo-intelectualismo que impera orgulhosamente noutros hotspots da cidade.



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