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Band of Horses @ Coliseu dos Recreios (22.11.2022)

Última noite de uma longa tour pela europa e um coliseu demasiado vazio, talvez tenham sido os motivos principais para um concerto que parece que esteve sempre a ponto de arrancar e nunca passou da promessa.

A banda subiu ao palco animada, todos pareciam genuinamente contentes por estar ali e de alguma maneira, aliviados por ser a última atuação antes do regresso a casa.

«For Annabelle», abre o concerto com Ben Bridwell de harmónica em punho. Esta tour serviu para mostrar ao vivo as canções do mais recente “Things Are Great”, em que a banda tem, de facto, o seu trabalho mais bem conseguido desde “Infinite Arms”. No entanto, é impossível escapar aos “clássicos” de que se enchem “Cease to Begin” (2007) e “Everything All The Time” (2006) continuando a ser estes os discos mais visitados da atuação. De “Things are Great”, ficamos com as interpretações de «Warning Signs», «Crutch» e «Lights», todas elas a soarem muito bem, comprovando o regresso à sonoridade que os notabilizou no início da sua carreira, integrando-se perfeitamente junto de temas mais antigos.

A sagacidade de se construir um bom alinhamento prende-se essencialmente com este equilíbrio, o reconhecimento daquilo que o público vai para ouvir, e daquilo que a banda quer mostrar,  o público, naturalmente acabou por reagir de forma mais audível durante canções como «Is There a Ghost» ou «Great Salt Lake», depois da qual, Ben Bridwell coloca o seu característico boné e a banda lança-se na melhor sequência do concerto, com «No one´s gonna love you», «Islands on the Coast» e a simples e maravilhosa «Marry Song».

O concerto não terminaria sem passarmos pelas incontornáveis «Ode to LRC» e «Funeral», a terminar a atuação, ou, como referiu Bridwell, vamos ao jogo do faz de conta de que o concerto acabou, batem-se palmas e a banda regressa para mais umas canções. Pelo meio houve ainda tempo para uma cover, da canção «Three Ears» dos nova iorquinos Elk City.

É com mais uma cover que se inicia o encore e não deixa ninguém indiferente, reconhecível aos primeiros acordes, é «Never Tear us Apart» dos INXS, no preciso dia em que se celebrava o 25º aniversário do desaparecimento de Michael Hutchence.

Os Band of Horses despedem-se do Coliseu com «General Specific», que o público recebe e acompanha com alegria. Foi uma boa atuação, competente e equilibrada, mas não foi memorável, depois de acalmada alguma da euforia que a última canção nos deixa, não conseguimos sacudir a sensação de que podia ter sido mais.



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