Barreiro Rocks 05 – Antevisão
O que vamos poder ver no Barreiro?
Depois de um ano de interregno devido a complicações municipais (entretanto ultrapassadas e que, por isso, mais vale serem esquecidas do que relembradas), eis que o Barreiro Rocks está de volta, apostando em compensar o ano perdido. E pela altura em que a fasquia foi colocada podemos apostar que a edição deste ano vai valer por duas.
Para quem não sabe, o Barreiro Rocks é o mais importante festival de rock’n’roll do país e que, facilmente, se tornará uma referência ibérica num futuro próximo se mantiver a mesma linha qualitativa que tem vindo a seguir.
Como o próprio nome indica, o festival decorre no Barreiro, este ano a 7 e 8 de Outubro, aproveitando a forte cena musical que o estigma industrial da cidade esconde, qual Manchester portuguesa.
A Rua de Baixo, aliada da edição deste ano do Barreiro Rocks, lança aqui uma antevisão sobre o cartaz, apresentado há poucos dias.
Dia 7
Los Chicos
Chamam-se Los Chicos, são espanhóis e prometem uma abertura de arromba para a edição de 2005 do Barreiro Rocks. Donos de uma reputação notável em terras de nuestros hermanos (ainda há pouco tempo, durante a sua passagem pelo festival Metrorock em Madrid, Beck manifestou a sua admiração pela banda), são os próprios Los Chicos a eleger como lema do grupo a tríade cerveja, rock’n’roll e diversão. Musicalmente, remetem-nos para um registo rock’n’roll de raízes blues, mas ao vivo as suas actuações transformam-se numa festa gigantesca. Nada melhor para começar o festival.
The Hells
Depois da malfadada edição do Festival do Dragão, que acabou por ser cancelada após vários percalços, os The Hells voltam a estar agendados para uma passagem pelo nosso país. E esta é uma passagem muito aguardada. Os The Hells são dois – ele Kev e ela Ippy – o que lhes pode valer o rótulo de “mais um duo rock”. É meia verdade apenas; são um duo rock, mas não são apenas mais um. Trazem um EP na bagagem (apesar do álbum debutante estar na forja), mas são já uma confirmação no universo do blues-rock garagista, explosivo e marcial, que não se importam de pilhar o mais universal riff do rock’n’roll (alguém mencionou Satisfaction?), se essa for a melhor forma para combater a letargia. Uma das bandas mais ansiadas do festival.
The Black Lips
Dos The Black Lips apenas se pode esperar sangue, suor e lágrimas. Apesar de terem três discos editados, dois deles de originais – será concerteza We Did Not Know The Forest Spirit Made The Flowers Grow que a banda trará como cartão de visita – é ao vivo que melhor se define os The Black Lips. Autores de actuações descontroladas de um caos absoluto, a passagem pelo Barreiro Rocks promete ser inesquecível. Será um salve-se quem puder de rock’n’roll, guitarras e cerveja.
Billy Childish & The Buff Medways
Billy Childish é uma lenda viva do rock. E que melhor sítio para lhe prestarmos tributo do que o Barreiro Rocks? A sua ficha biográfica conta com mais de cem álbuns gravados, mas não só; é ainda dono de uma respeitável reputação enquanto pintor, poeta e escritor. Admirado pelo mais variado leque de artistas, desde Jack White, os Einsturzende Neubaten ou Kylie Minogue (que o homenageou ao baptizar um dos seus álbuns com o título Impossible Princess, referência ao livro de poemas de Childish Poems To Break The Hearts Of Impossible Princesses), Billy Childish é um dos mais respeitados vultos do panorama rock internacional. Eclético e multifacetado, desloca-se ao Barreiro como cabeça-de-cartaz do primeiro dia com a sua banda The Buff Medways, assente na tradição britânica dos The Who, dos The Kinks ou dos Rolling Stones para um concerto que será, no mínimo, obrigatório.
Dia 8
The Magnetix
Os The Magnetix são talvez a banda mais desconhecida de todo o cartaz, o que pode ser uma vantagem, uma vez que se apresentam em palco despojados de qualquer expectativa. Looch Vibrato na voz e na guitarra e Aggy Sonora na bateria formam este duo de Bordéus, que os discos mostram como um grupo rock com raízes psycobilly e uma ligeira ascendência punk, que nos remetem para bandas como os Gories ou os Oblivians. De França espera-se uma agradável surpresa.
The Coyote Men
Os ingleses The Coyote Men são uma banda com uma forte componente visual, uma vez que possuem um folclore bastante particular, assente em máscaras e num design gráfico bastante apelativo, a cargo do artista Jaime Hernandez. Os Coyote Men são um dos exemplos mais flagrantes do garage rock actual, seguindo a tradição norte-americana de bandas como os The Mummies, cujas actuações têm fama de terminarem em motins (no bom sentido, entenda-se).
The DT’s
Seattle tem uma longa reputação musical, que certamente não será manchada pelos The DT’s. Do quarteto de onde se destaca a figura do guitarrista Dave Crider, dono da Estrus Records, espera-se uma viagem às entranhas do rock mais visceral pela voz poderosa da vocalista Diana Young-Blanchard. Há quem compare o hard-soul dos The DT’s com uma fusão dos AC/DC com Janis Joplin; no entanto, a primeira referência que nos chega após escutá-los são os Bellrays, logo seguida da força motriz de bandas como os MC5.
The Flaming Stars
Cabem aos The Flaming Stars, cabeças-de-cartaz do segundo dia, fechar a edição de 2005 do Barreiro Rocks. Vêm de Inglaterra, onde eram constantemente referenciados pelo incontornável John Peel, admirador confesso da banda. Respiram rock’n’roll, têm raízes no blues mais garagista de clara tradição norte-americana e uma clara atitude punk, que lhes valeu ao início várias comparações com os Buzzcocks. No entanto, onze anos de carreira profícua já lhes valeram uma posição bastante confortável na história da música alternativa. Um remate de luxo para esta edição do Barreiro Rocks.
Para mais informações podem visitar a página oficial do certame, onde podem descobrir as páginas oficiais das bandas, comprar bilhetes, ou descobrir mais informações sobre o festival.
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