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Bergmönch

A bicicleta reversível.

Ainda se lembra da moda da reversibilidade?! Eram casacos, camisolas, calças, vestidos, têxteis de casa, e há pouco tempo surgiu também a possibilidade de estilizar a sua peça numa fracção de segundos, em função da parte do dia ou do contexto requerido, através de dobras e artifícios, como botões ou laços em sítios específicos do tecido, permitindo assim poupar simultaneamente em espaço e na carteira mediante a compra de uma única multi-peça.

O fenómeno foi estendido aos desportos de acção e natureza, no sentido de combinar o melhor de duas modalidades de montanha, auferido pela aliança dos picos de adrenalina do montanhismo, atingido pela chegada ao cume, ao do ciclismo de montanha, corporizado na descida vertiginosa e energética.

Fruto do arrojado desafio surge a Bergmönch, termo alemăo para designar monge da montanha. Representado por uma bicicleta desdobrável metamorfoseada numa leve mochila de 9 kg, facilmente transportável às costas, que permite ao montanhista o contacto directo com a natureza e a libertação das mãos e outros sentidos para qualquer interacção imediata. Atingido o cume da caminhada, em apenas dois minutos, a mochila converte-se numa bicicleta sem pedais, almejando o desfrute integral de uma descida desenfreada e em descanso, mitigando as naturais lesões provocadas por um vector de força, superior ao peso do corpo, exercido sobretudo nas articulações, bacia e coluna.

O processo de inspiração da Bergmönch reflecte um pouco a história das bicicletas desdobráveis, oriundas da necessidade de um meio de transporte leve e compacto disponível em qualquer momento e lugar. À semelhança de diversas tecnologias que usamos diariamente, a sua incubadora enraizou-se em solos militares, servindo inicialmente as tropas britânicas pela portabilidade e flexibilidade em saltos de pára-quedas, e actualmente faz as delícias dos commuters, pessoas que usam diariamente os transportes públicos no percurso entre a residência e o local de trabalho, usufruindo da dupla vantagem de ocuparem pouco espaço nas habitações urbanas cada vez mais reduzidas e pelo seu fácil transporte e montagem.

O investimento monetário não é necessariamente inferior ao da aquisição de uma bicicleta com as mesmas características não-desdobrável, muito pelo contrário, dado os elevados requisitos de montagem, desmontagem e performance. Neste sentido, a Bergmönch custa tanto quanto uma bicicleta eléctrica Gocycle, muito em moda pela sustentabilidade e condecoração com diversos prémios internacionais, uns 1.500 euros.

Bergmönch from Thomas Kaiser on Vimeo.

Muito provavelmente podemos questionar-nos como funciona uma bicicleta sem pedais, dado em pequenos termos tido alguma dificuldade inicial em saber onde colocar os pés, e por isso sofrermos de várias nódoas negras e arranhões. Foi o motivo subjacente à concepção da nova tendência em bicicletas de aprendizagem em madeira, também designadas por bicicletas de contrapeso, integralmente ecológicas e sustentadas, destinadas ao público dos dois aos cinco anos, que apenas necessita de empregar o movimento à Fred Flinstone, dando balanço com os pés e encolhendo as pernas no deleite de um suave deslize.

Assiste-se assim à criação de um novo público-alvo que alia o gosto pelo montanhismo ao de andar de bicicleta, unidos pelo entusiasmo duplo pela natureza e pelo desporto, tirando partido do melhor dos dois numa caminhada missionária e uma descida vibrante.



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