Beyoncé @ MEO Arena (26.3.2014)
Beyoncé continua a rainha do mundo do espectáculo
Se há artista que dispensa apresentações é, sem dúvida alguma, Beyoncé: a rainha das divas. A Queen B é um estrondo em palco, um autêntico furacão e merece ser apelidada de rainha por tudo o que a sua arte inclui.
O espectáculo “Mrs. Carter Show” é mais, é melhor e é provavelmente o melhor de todos. A voz de Beyoncé é de cortar a respiração, as coreografias são maravilhosas, cada vez mais complexas e sedutoras, a produção do espectáculo é delirante e o reportório que apresentou na MEO Arena é provavelmente o melhor de sempre.
A sala encheu com fãs extasiados que responderam com gritos e palmas quando o pano preto onde estava escrito Beyoncé (tal como a capa do último disco homónimo) caiu. A festa começou com uma introdução arrepiante, imagens da rainha a caminhar passavam no ecrã gigante, acompanhadas dos seus passos.
Chegada ao seu trono, o palco, Beyoncé irrompe com o tema «Run the World (Girls)», um hino indubitável ao feminismo acompanhado da conhecida coreografia que deixa qualquer um de queixo caído. Na mesma linha, seguiu-se «***Flawless», uma das faixas mais fortes do novo álbum e que trouxe uma energia inegável apenas na segunda música do reportório da concerto. Depois de uma pausa para dar as boas vindas ao Mrs. Carter Show, espaço para «Yoncé» e «Get Me Bodied» – que foi a primeira faixa a levar os fãs ao passado.
Continuou a viagem quando se começou a ouvir a voz de Sean Paul e os fãs deliram por rapidamente se aperceberem da música que se seguiu: «Baby Boy», um dos primeiros grandes êxitos da cantora. Segue-se «Diva», que abre caminho para «Naughty Girl» e os seus habituais movimentos de anca. O concerto já ia a meio e seguem-se as duas músicas mais naughty do novo álbum; primeiro «Blow» e depois «Partition», que termina com a recriação do videoclip: uma dança de sombras sensual numa cadeira de luxo. Não há grande margem para comentários positivos ou negativos porque Beyoncé é provavelmente a única cantora que consegue trazer sexo para o palco mantendo uma classe irrepreensível e uma elegância igual – não há muito mais para dizer se não que é uma qualidade admirável tendo em conta os níveis a que se chega no mundo do espectáculo.
A intensa «Haunted» é cantada pela cantora num maravilhoso vestido longo, no meio do palco, seguida de «Drunk in Love», o último êxito gravado com Jay-Z. O marido de Beyoncé não fez uma aparição no concerto, para desgosto dos fãs; no entanto, estes receberam a música com uma histeria indiscritível e alguns envergaram as mãos bem alto fazendo um triângulo – símbolo que Jay-Z costuma utilizar.
Com a «Why Don’t You Love Me?» o ritmo voltou a subir, sempre acompanhado das maravilhosas coreografias. Seguiu-se o momento acústico do concerto. «Irreplaceable» é entoada pela plateia de corpo e alma, num momento intenso e emocional. Beyoncé desceu, depois, do palco, e dirigiu-se ao pequeno palco montado no Golden Circle, a meio da sala, onde agradeceu o amor e o carinho dos fãs. De seguida, com a forte «Love On Top», voltou a aumentar a energia – um dos temas mais bem-sucedidos no penúltimo álbum da cantora “4”. Desse mesmo álbum tirou também «Countdown» que chegou à sala em género de interlúdio, passando para «Crazy In Love», sendo este também um dos temas mais bem-sucedidos de toda a carreira da cantora. Sem tempo para descansar as vozes, seguiu-se o hit «Single Ladies (Put A Ring On It)» deixando os fãs em absoluto delírio. Do público só se viam mãos “dançantes” como sinal de que conheciam a célebre coreografia que acompanhou o tema. E como se isto não fosse já suficiente para deixar todo o público em êxtase, tiveram ainda direito a uma chuva de confettis que pintou a Meo Arena de dourado.
Uma pausa na dança enquanto se via passar imagens da vida da cantora no ecrã gigante, e a acompanhar o espectáculo visual, as emocionais palavras de «I Was Here» soavam na sua voz. Desta vez sozinha no palco, Beyoncé reapareceu com «I Will Always Love You», um cover de Dolly Parton. Foi assim que embalou o público presente para dois dos temas mais sentimentais deste último álbum. Primeiro chegou a intensa e emotiva «Heaven», depois «XO», também ela maravilhosa e com direito a coreografia por parte dos fãs que com os braços mimicavam X-O no refrão. O espectáculo chegou ao fim; embora quiséssemos que durasse para sempre, acabou de forma absolutamente memorável. Uma versão arrepiante de «Halo», cantada de uma forma irrepreensível e a puxar a lágrima no canto do olho.
“Espero que se tenham divertido tanto quanto eu”, diz depois de apresentar o coro, a (fabulosa) banda composta só por mulheres, as suas bailarinas poderosas e ainda a dupla de bailarinos Les Twins (que pôs em evidência em várias alturas do espectáculo). Antes de se despedir a Queen B cantou os Parabéns aos aniversariantes presentes na sala e, entre aplausos e gritarias (na esperança de um encore que nunca chegou), Beyoncé agradece o amor e diz que os presentes “foram uma plateia incrível”.
Incrível é todo o espectáculo que Beyoncé ofereceu. Perante a noite e todas as outras que estão para trás, é difícil não classificar Queen B como a melhor no mundo do pop. Para além de complementar uma voz maravilhosa a uma dança inigualável, a produção do espectáculo é soberba. E tudo no espectáculo de Beyoncé é clean, tudo faz sentido e é natural. Desde o reportório, passando pelas coreografias, até ao guarda-roupa e à pirotecnia e jogos de luzes. Não há nada fora de contexto, nada que não seja feito para nos deixar inteiramente assoberbados com a grandiosidade da Mrs. Carter. A verdade é que Beyoncé pode fazer o que quiser porque nunca perde a classe, nunca perde a elegância. A Queen B nunca desilude, é uma verdadeira rainha: mantém o glamour sempre.
Uma palavra, tanto para a Beyoncé como para toda a produção do seu espectáculo: Flawless.
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