Bia Ferreira @ Musicbox (12.11.2019)
Igreja Lesbiteriana em Lisboa.
Musicbox, Cais do Sodré, lotação esgotada. A fila de público curioso e entusiasta já se entranhava por debaixo da rua do Alecrim e apesar da chuva miudinha, o clima era de um novembro tépido. As pessoas foram entrando e instalaram-se bem coladas ao palco da casa noturna, instalada na Rua Cor-de-Rosa. Pouco tempo depois, a tão apreciada estrela da noite entrou em palco, cantando o primeiro tema do seu álbum de estreia: “Brilha Minha Guia”. Este foi um momento marcante de todo o concerto, já que a sua presença é forte o suficiente para nos fazer sentir uma paleta variada de emoções impactantes.
Bia Ferreira, pela segunda vez em Lisboa, veio apresentar o seu álbum “Igreja Lesbiteriana, Um Chamado”. Todo o concerto está enquadrado numa lógica de doutrina encenada, que tem como objectivo conduzir o público ao questionamento sobre diversos temas como o racismo, a discriminação, o machismo e a xenofobia.
As influências do reggae são notórias e as letras escritas pela cantora activista, compõem uma panóplia de perspectivas de uma realidade crua dos nossos tempos. Porém, a certo momento do concerto, o apelo que se fez, foi ao amor e ao hastear da Bandeira do Amor – Bia invocou aos presentes para marcar a diferença através de um sorriso – “o sorriso é gratuito e pode mudar a vida de alguém”.
Doralyce, a sua companheira de vida e de palco também marcou presença e fez vibrar o público com o seu tema «Miss Beleza Universal», uma canção com influência do Funk brasileiro, que critica os padrões exigentes e discriminatórios da sociedade euro-centrada em que vivemos. Marielle foi repetidas vezes homenageada durante este momento pelas cantoras, vivamente apoiadas pelo público.
Este álbum é sem dúvida um chamado para uma expansão da consciência, em várias frentes, no que diz respeito à revolução pela igualdade de oportunidades entre géneros, etnias e classes socio-económicas.
Texto por Ana Pracaschandra e fotografia por Carla Moreira
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