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Birds Are Indie

Uma história de amor contada na terceira pessoa...

Joana Corker e Ricardo Jerónimo conheceram-se em Coimbra há 13 anos e apaixonaram-se. Decidiram em 2010 gravar o seu primeiro EP intitulado “Love Birds, Hate Pollen”. Nesse mesmo ano surge um novo disco, “Life is Long”, ambos editados pela Mimi Records. E assim nasceu o projecto Birds Are Indie.

Como surgiu a ideia de gravar o primeiro EP?

Tudo começou em Fevereiro de 2010. A Joana estava triste. Quando a Joana está triste, o Jerónimo fica triste também… Como não gosta de estar triste, o Jerónimo começou a assobiar uma música. Depois pegou numa guitarra. E com a ajuda da Joana, apareceu uma letra. (É impressão nossa ou estamos a falar como o Jardel?…). Como gostámos, fizemos mais músicas. Depois de as mostrarmos, por brincadeira, a alguns amigos, um deles disse-nos que gostava de nos editar na sua netlabel, a Mimi Records. Outro disse que nos fazia o artwork… e assim foi.

Que expectativa é tinham? Foram superadas as expectativas?

Foram imensamente superadas todas as expectativas que, na verdade, eram quase nenhumas… Foi tudo uma brincadeira, inicialmente… Mas como foi divertido, continuámos… Se parar de ser divertido, paramos. Para nós é simples.

Do que falam as canções deste vosso EP?

Quase todas as nossas canções falam sobre relações entre pessoas. Essas pessoas podemos ser só nós, nós e outros ou só outros. Falam sobre a dificuldade em manter relações, do medo de as perder, no desejo de as criar, na beleza de alguns momentos, na dificuldade de outros… Falam do dia-a-dia, de pessoas que encontramos, de coisas que vemos, de livros que lemos, de filmes a que assistimos, de música que ouvimos, de sítios a que vamos…

Acabam de editar o vosso segundo EP, “Life is long”. Parece-me diferente em sermos de sonoridade em relação ao primeiro. Que diferenças existem entre os dois EP’s?

Sim, é bastante diferente, essencialmente porque o primeiro foi inteiramente gravado por nós. Ora, nós não sabemos gravar nem produzir… Apesar disso, algumas pessoas elogiavam aquela grande ausência de produção e total honestidade sonora… Apesar disso, no segundo EP, pedimos a outro amigo para nos fazer esse trabalho e gostámos muito. Ele também gostou… Para o artwork deste também convidámos uma amiga para nos tirar fotografias, em vez de ser trabalho de ilustração.

Têm tido concertos de norte a sul do país. Qual é o feedback que têm do público português?

Sim, essa foi outra surpresa… Nunca pensámos sequer fazer um concerto… A Joana, na verdade, antes de tudo isto recusava-se a cantar à frente de mais alguém… Mas um dia recebemos um telefonema, de Évora, a convidar-nos para tocar. Tinham recebido uma sugestão de um amigo e colaborador da Sociedade Harmonia Eborense… Depois de alguns segundos a rir, sem acreditarmos no que estava a acontecer, aceitámos sem saber como… Esse concerto correu muito bem e, por isso, ficámos abertos a fazer mais… Temos ficado muito satisfeitos com todos eles e temos mais em agenda…

E do público internacional visto que têm sido noticiados e referenciados em jornais internacionais?

Internacionalmente houve algumas referências em blogs, em imprensa online e em podcasts. Até usaram uma música nossa numa reportagem da televisão espanhola… É a maravilha da internet…

Quais são as vossas influências musicais?

São inúmeras… A Joana tem dois irmãos mais velhos muito ligados à música britânica dos anos 80 e 90. Mostraram-lhe tudo o que é bom – Smiths, Blur, Joy Division, Happy Mondays, Young Marble Giants, Ride… – Mas também algumas coisas norte-americanas: Galaxie 500, R.E.M., Pavement, Grant Lee Buffalo, Red House Painters… O Jerónimo sempre foi mais ligado ao rock – Sonic Youth, Velvet Underground, Nirvana, Faith No More, The Cramps, The Clash – mas também a coisas tão diversas como Go-Betweens, Scott Walker, Beach Boys, Chet Baker, Nick Drake, António Variações… – foi a clássica 3ª pessoa do Jardel, outra vez… – Já em conjunto, e ao longo dos anos, fomos descobrindo coisas como Magnetic Fields, Jens Lekman, Belle & Sebastian, Bowerbirds, The Kills, Little Joy… Podíamos estar a nomear bandas o dia inteiro…

Quais são os vossos objectivos daqui para a frente enquanto duo musical?

Neste momento, o objectivo é continuar a fazer coisas que nos dêem gozo… Para além dos CD’s, que criamos manualmente em casa, começámos a fazer pins e t-shirts. É uma maneira de criar objectos físicos, para além de toda a virtualidade actual, coisa que valorizamos bastante… Acabámos também de editar pela Cakes & Tapes uma cassete que será a compilação dos nossos dois EPs, desta feita com artwork da Joana. Queremos editar, em 2011, mais um EP ou LP, ainda não sabemos bem… músicas não faltam… Algumas já as temos tocado ao vivo e é precisamente pelo número crescente e inesperado de concertos até ao Verão, que um novo disco só sairá lá mais para o final do ano… A ver vamos…



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