Bloop Express Party
A bloop fez-se à estrada e levou todos lá dentro!
Na recente tarde de 30 de Janeiro, a editora e produtora de eventos bloop convidou 80 pessoas a ingressar no autocarro que as levaria a desafiar a lei do Marquês de Pombal, sem sair do local. Pura poesia em festa (i)móvel.
E foi. Em pleno ano e acesa discussão sobre mobilidade, nada mais certeiro para esperançar os party people entediados pelas opções hirtas e repetidas da night lisboeta, que dar-lhes música… on the road. E mais cedo, para variar a sério.
A Bloop Recordings dedica-se, sobretudo, à música de dança portuguesa, house e techno, tendo já aberto actividade em 2007 com João Maria (A&R), José Belo e Magazino nos comandos. A equipa que partilha a mesma visão tem vindo a aumentar e a contribuir na concretização de novos caminhos sonoros: “a boa música não conhece géneros e é com essa premissa que se pauta a direcção musical da bloop”, assim entendem os seus criadores.
Querem agora, em 2010, celebrar a “mobilidade” com tudo aquilo que ela merece. Por isso, convidaram um “autocarro cheio de gente” ao Marquês de Pombal, para dar início às comemorações móveis, e fazer deste Bus algo mais do que apenas um meio de transporte.
Com início marcado para as 16h, o autocarro old school da Mercedes abriu a porta das habituais saídas, para dar vez às revolucionárias entradas. Os convocados para a viagem estática foram chegando ao parque de estacionamento dos Hop-on Hop-off, ao Marquês, tomados pela energia da novidade e sedentos de curiosidade (e de vodka, caipirinha e cerveja também, pois concerteza).
A introdução à festa facilmente se adivinhava tardar, à boa moda (sempre em grande estilo) portuguesa (diz que “não quer ser o primeiro a chegar”). Mas, aos poucos (leia-se ainda com luz de dia), os intimados foram comparecendo e invadindo o Bus. Primeiro devagarinho, normal para habitués não habituados ao original formato sobre rodas, iam directos ao bar armado junto ao (faz de conta) condutor, e aqueciam-se motores ao mesmo tempo que a rotunda lá fora mordia os vidros e ia criando “aquele” ambiente, up tires.
Agora já não se podiam dar lugares a grávidas ou senhores de idade. Só porque todos os bancos foram retirados e, ao fundo do autocarro, instalada a cabine dos Dj’s da bloop, e da noite: João Maria, José Belo e Magazino. Foi mesmo aqui, junto à mesa de som, que se foi compondo a dancefloor, com muita naturalidade, numa sinfonia perfeita entre dezenas de pares de cotovelos engalfinhados e dançantes. Qual hora de ponta, qual cheirinho bom a afluência e enchente.
Mas calma, sobrou espaço. Do outro lado do bus, junto ao bar, ainda se formou uma extensão da lufa-lufa, mais tranquila, para pausas e tête-a-têtes, descompressão de membros, som menos gritante, grupinhos à parte ou mono passinhos de dança. Foi à vontade do passageiro.
A segurança da festa esteve sempre abonada pelos dois polícias (fardados e bem identificados) que a bloop contratou, e que asseguraram que neste Bus só poderiam festejar os bem-intencionados e a loucura sadia. Assim fizeram, em harmonia e convivência rija com todos os senhores viajantes.
Houve até, imagine-se, quem saísse do autocarro com a nítida sensação de balanço e mareação, tal qual efeito de desequilíbrio num barco em mar alto mas, neste caso, prova de que o efeito placebo funciona mesmo, não fosse o autocarro nunca ter arrancado do parque de estacionamento no Marquês.
A festa móvel, imóvel, tinha fim anunciado para as 22h mas, e quem lá esteve assina, tinha de ser esticada até mais tarde. Só perto da meia-noite, a muito custo e pouca vontade, o autocarro encerrou viagem, os Dj’s saudaram as hostes e os convidados abandonaram a paragem, ainda em “modo delírio” (os que insistem que o que é bom não pode acabar).
É que não parecia fácil, mas a bloop prometeu e a festa cumpriu: à grande, à portuguesa e sobre rodas.
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