Braga Jazz
A cidade de Braga vai acolher mais um festival de Jazz que conta este ano com algumas figuras de renome mundial.
O Braga Jazz 2004, organizado pela C. M. de Braga e com tenda assente no Parque de exposições da cidade, vai já na 5º edição e conta este ano com diversas tendências, quer nacionais, quer internacionais. Curiosamente, a maioria dos artistas é nascida nos anos 60. Como sempre, são somente 3 dias para levar o Jazz a esta bonita cidade. Poucos, mas bons.
O pontapé de saída é no dia 11, pelas 21.30. Ugonna Okegwo Quartet, com Ugonna Okegwo em pessoa(!) sobe aos palcos. Jazz afro-americano ao melhor nível com este contrabaixista filho de pai nigeriano e mãe alemã e nascido em Londres no início dos 60’s.
Para quem cresceu a ouvir nomes como Jimi Hendrix, James Brown, Miles, Charles Mingus ou Ornette Coleman, espera-se muita coisa. Estudou em Berlim, vive e trabalha em Nova Iorque, onde foi influenciado pelo hard bop quando aí chegou em 89. Um estilo mestiço, inquieto, com groove. É este o som deste quarteto, com Sam Newsome no saxofone soprano, Xavier Davis no piano e Kendrick Scott na bateria. Uma abertura em alta para o espectáculo bracarense.
De seguida, pelas 23.00, Christophe Schweizer com o seu Moonsun. Trombonista e compositor suíço, multiplica-se em vários projectos em simultâneo, o que mostra que tem muito para dar. Mingus Big Band, Dave Holland, só para dizer alguns, já requisitaram a sua participação e Schweizer encontra tempo para tudo. Um criativo generoso.
No dia 12, o nosso Quinteto Mário Barreiros, com o próprio na bateria, Pedro Guedes no piano, o irmão Pedro Barreiros no contrabaixo, Mário Santos no saxofone tenor e José Luís Rego no saxofone alto e soprano. O melhor jazz do norte mostra-se pela mão do fundador dos Jáfumega, produtor dos Clã, Maria João e Mário Laginha, Abrunhosa, Blind Zero entre outro.
Agora no dia 13, o último dia (passou rápido, não passou?), esperam-se Max Nagl Big Four e The Steve Wilson Quartet. O primeiro, austríaco, habituado a imaginar música para teatro, dança e cinema com o seu saxofone alto, deverá actuar pelas 21.30. Big four, uma recriação do quarteto de Sidney Bechet e Muggsy Spanier dos idos anos 40, faz um jazz de câmara, agora com Steven Bernstein no trompete, Noel Akchoté na guitarra e Brad Jones no contrabaixo. Quem precisa de bateria? A coisa é íntima.
Steve Wilson, pelas 23.00, acompanhado da belíssima voz de Carla Cook, de raízes soul e gospel, fecha o certame com chave de ouro. O saxofonista preferido de Chick Corea, um brilhante músico que gosta de criar e desenvolver melodias nos seus solos irrepreensíveis, promete um jazz fundado em fórmulas antigas, mas com uma nova frescura. Wilson também participou na Mingus Big Band e trabalhou com Dave Holland, curiosamente como Schweizer. Talvez amigos.
E acabou. Soube a pouco. Há ainda uns aperitivos, como a feira do disco jazz no átrio do parque de exposições, quem sabe alguma raridade perdida. Para os interessados, dia 13 pelas 15.00, há também uma conferência na Casa dos Crivos sobre a panorâmica da edição discográfica do jazz em Portugal, pelas mãos do Trem Azul – Clean Feed, da Tone of a Pitch e da Cd Net Portugal. No Classic Jazz Bar, nos dias 12 e 13 pela meia-noite, o trio de Pedro Cravinho vai estar de serviço. Nos mesmos dias, existirão oficinas abertas a todos os músicos participantes no Conservatório de Música Calouste Gulbenkian, contando com a direcção do pianista Pedro Guedes.
Vamos fazer força para que para o ano sejam mais dias…
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