“Castlevania: Lords of Shadow – Mirror of Fate”
O regresso da família Belmont à 3DS
A série “Castlevania” é uma das mais famosas do mundo dos videojogos, mantendo uma ligação quase umbilical com a marca Nintendo ao longo dos seus 27 anos de duração. Por isso, cada nova entrada na série, seja numa consola portátil ou caseira, é um acontecimento marcante para os Nintendistas (principalmente os mais velhos). O novo “Castlevania: Lords of Shadow – Mirror of Fate” – sim, o título é absurdamente grande – não é excepção.
“Castlevania: Lords of Shadow – Mirror of Fate”, lançado na 3ds, insere-se no reboot da série (de subtítulo “Lords of Shadow”), iniciado em 2010 pela MercurySteam, uma casa de desenvolvimento de videojogos madrilena. A mudança implica também a introdução de um novo paradigma na série, no que ao design – tanto das personagens como do jogo – diz respeito.
A estrutura assenta em três capítulos, durante os quais controlamos três personagens diferentes da família Belmont, munidas das suas correntes, ou do chicote tradicional da série. Todas elas têm enredos interligados e uma história interessante para contar, seja ela apresentada através de vídeos em tempo real, ou de vídeos em que as personagens assumem uma estilizada estética de banda desenhada.
“ – São 5€ consumíveis! Do outro lado do portão? Casa composta e gente gira!”
Em vez de um design de personagens animesco, temos um design mais ocidentalizado, talvez até mais apropriado para uma série que se passa na Europa, e aborda a mitologia vampiresca dos balcãs. A exploração densa e a obtenção de powerups que permitem novas possibilidades de jogabilidade é trocada por uma maior linearidade e foco no combate, altamente baseado na saga “God Of War” – sim, isto inclui o uso de quick time events para abrir baús – e concebido a pensar no gamer Ocidental. A exploração vertical é proeminente, apesar do aspecto side scroller do jogo, e pela frente surgem apenas alguns puzzles, poderes mágicos e itens, como que numa versão altamente diluída das anteriores versões portáteis da série. O jogo faz-nos perceber, desde cedo, que o que interessa é recuperar a energia, o poder mágico do jogador nos afamados baús, e dar uma vista de olhos nos combos – o sistema de combate do jogo é muito bom, por sinal – que podemos usar, através do menu principal.
A apresentação é, pela primeira vez num título portátil “Castlevania”, totalmente poligonal, usando uma perspectiva 2.5D durante quase todo o jogo, mudando apenas para uma vista mais isométrica que se ajusta automaticamente durante os combates. O efeito 3d proporcionado pelo jogo na 3ds é bastante impressionante e um das melhores aplicações do mesmo num jogo. De negativo, só temos mesmo a apontar as quebras de framerate que ocorrem quando a acção se torna mais intensa e mais inimigos surgem no ecrã.
Em falta estão as melodias orelhudas e emblemáticas das entradas “Castlevania” anteriores, agora compensadas por uma banda sonora orquestral que, embora consiga redimir-se através de uma atmosfera sinistra e assustadora, conta apenas com meia dúzia de variações.
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