Catarina Ruivo

André Valente marca a estreia da realizadora em longas metragens.

Para os apaixonados por cinema luso, Catarina Ruivo é o nome de uma jovem cineasta nacional, que promete conquistar muito público português. Com 33 anos, Catarina conta já com um currículo invejável. Depois de se ter formado na Escola Superior de Teatro e Cinema, agarrou a oportunidade para trabalhar em montagem no documentário Largo (de Pedro Sabino), e nos filmes A Mulher Polícia (Panorama, Festival de Berlim 2003) e MAL (Competição do Festival de Veneza de 1999).

Após a sua estreia individual, como realizadora na curta-metragem UMA CERVEJA NO INVERNO, a cineasta decidiu voar mais alto e lançou-se na realização da sua primeira longa-metragem.

Com o filme de estreia, André Valente, Catarina Ruivo conseguiu uma nomeação para o Festival de Cinema de Locarno, na Suiça, um feito inédito para o cinema português. Esta sua nomeação valeu-lhe mais que uma simples participação, Catarina conseguiu apaixonar o júri que lhe atribuiu o prémio Don Quijote, salientando a densidade da história como um dos trunfos para esta vitória.

Interpretado por Rita Durão, Dmitry Bogomolov, Ricardo Aibéo, Pedro Lacerda e pelo pequeno Leonardo Viveiros no papel do título, André Valente conta a história de um menino de oito anos que é abandonado pelo pai, partindo sem deixar rasto. Entregue à mãe, o rapaz de 8 anos irá enfrentar uma série de obstáculos que o farão crescer sozinho. Além da ausência do pai, terá de suportar a perda da sua melhor amiga, que muda de casa.

Apesar do acompanhamento da mãe, André só se consegue sentir bem perto de Nikolai, um emigrante russo. Este vizinho transforma-se na esperança desta criança, que procura um substituto para a figura paternal que tanta falta lhe faz, num dos momentos fundamentais da sua vida.

Tendo como pano de fundo a cidade de Lisboa, André Valente é um filme que destaca um meio suburbano, onde os habitantes se encontram de tal forma ocupados que pouco usufruem dos prazeres da vida.

A infância é o tema central deste filme que aborda este período como uma das fases de grande importância para a nossa vida. Com este tema a realizadora procurou demonstrar como o período da inocência não se encontra isento de preocupações ou sofrimento. Na realidade, este filme é uma ilustração das decisões de grande importância, que se tomam na infância, visto que é um período onde somos desafiados para realizar grandes opções.

Como Catarina faz questão de frisar: “Acho que é preciso muito coragem para crescer, e ninguém cresce bem sentindo-se infeliz. Assim, André vai ter de descobrir que mesmo num quotidiano difícil é possível inventar a felicidade. É sobre isso que eu quero falar.”

André Valente tem sido um filme aplaudido pela crítica estrangeira, que não poupa rasgados elogios à realização do mesmo. Mas para o vermos teremos de esperar. O dia previsto para a estreia deste filme, “made in Portugal”, é 16 de Setembro.



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