Cats On Fire
Quando o frio é quente e dançável.
Vêm da Finlândia e a sua música reúne um misto de sentimentos. Melancolia, energia, esperança. Não negando as influências, como Belle & Sebastian ou The Smiths, os Cats on Fire são uma das revelações que o frio nórdico nos traz. Em Portugal, já este mês, vamos poder comprovar o que a crítica internacional aclamou, em dois concertos no Porto e em Lisboa.
Vasa, uma pequena cidade finlandesa, viu aparecer, em 2001, os Cats on Fire. Porém, apenas em 2003, com algumas trocas de membros dentro da própria banda, é que o conjunto se fixou, em Turku. Mattias Björkas e Ville Hopponen, na voz e na guitarra acústica; Kenneth Höglund, no baixo, e o baterista Henry Ojala formam os Cats on Fire.
Em 2003, surge o primeiro EP do projecto, “Solid Word”, bem recebido pelo ouvido crítico europeu. Mas foi em 2006, com o lançamento do terceiro EP, “Draw In The Reins”, que os Cats on Fire cativaram as atenções da prestigiada editora alemã Marsh-marigold. Assim, um ano mais tarde, saía o primeiro disco da banda, “The Province Complains”.
Dançável, com uma clara marca indie pop, “Our Temperance Movement” é o segundo registo do grupo, editado este ano por um dos selos mais importantes da Finlândia: a Johanna Kustannus. Orgulhosos com o resultado final deste trabalho, os Cats on Fire salientam uma mudança dentro da sua sonoridade. “Temos recebido boas críticas, no geral. Mas creio que este álbum é mais exigente e, assim, talvez não seja tão directo como o primeiro. Não foi deliberado, apenas precisávamos de evoluir”, diz Mattias.
A crítica reagiu bem à evolução, no entanto, Mattias não nega: “quando fizemos o primeiro álbum, não tínhamos nenhuma pressão, mas agora o ambiente estava mais tenso, pois sabíamos que tínhamos de fazer algo, pelo menos, tão bom como o anterior”. Mais, o vocalista admite que a banda se tornou mais “séria”, com o segundo álbum. “Quando somos novos, permitimo-nos fazer coisas sem pensar muito sobre elas. Todavia, quando envelhecemos e percebemos que o nosso tempo é limitado, queremos fazer coisas que tenham valor”.
As letras dos Cats on Fire são ricas, literárias, permitem-nos sonhar, sermos transportados para uma realidade distinta, amarga e doce. O seu autor é o vocalista Mattias, cuja voz é, frequentemente, comparada a Morrissey. Porém, mesmo no processo da escrita das letras para “Our Temperance Movement”, Mattias sentiu-se mais constrangido. “Este processo de escrita foi muito mais intenso, percebi que tinha aceite grandes responsabilidades e, embora, por vezes, tenha sido exaustivo, acabou por ser muito recompensante”.
Os Cats on Fire estreiam-se em Portugal no próximo dia 9 de Setembro, no Porto, para um concerto n’ O Meu Mercedes é Maior que o Teu. No dia seguinte, é o Cabaret Maxime, em Lisboa, que recebe a apresentação de “Our Temperance Movement”. Mattias, entre gracejos, afirma que “espera que vocês [os portugueses] nos dêem o benefício da dúvida, antes de nos cobrirem em lama”. Cá estaremos, então, para dizer de nossa justiça.
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