Cinema português em grande no IndieLisboa’12

A presença portuguesa no IndieLisboa é este ano mais forte que nunca, em harmonia com um período particularmente bom para o cinema português. João Salaviza, realizador premiado em dois dos maiores festivais do mundo, Cannes e Berlim, terá dois filmes no festival. Rafa, galardoado com o Urso de Ouro na Berlinale, integra a secção Sessões Especiais. O seu mais recente filme, Cerro Negro, terá estreia nacional no IndieLisboa, integrando as secções Competição Internacional e Competição Nacional de Curtas Metragens.

Este ano serão apresentados 24 filmes portugueses em competição: 5 longas e 19 curtas metragens.

A programação de filmes portugueses em competição far-nos-á redescobrir o presente, tantas vezes dissolvido na rotina, como mostra Júlio Alves em A Casa, um filme sobre quem primeiro habita uma casa – os que a constroem. Helena Inverno e Veronica Castro realizam o documentário que segue de perto os prisioneiros de uma cadeia transmontana nos preparativos da encenação da Via Sacra, Jesus Por Um Dia. Ao mesmo tempo, a competição nacional traz-nos também uma visão exterior: From New York with Love é a perspectiva de André Valentim Almeida, um estrangeiro que se adapta a um país que lhe é estranho. Por Aqui Tudo Bem, de Pocas Pascoal, regressa a um passado algo conturbado, o de quem procurava fugir à guerra em Angola, na esperança de ter em Portugal uma tranquilidade que tardava em chegar. Na terceira longa metragem de Catarina Ruivo, Em Segunda Mão, Pedro Hestnes protagoniza uma história sobre o recorrente desejo de ser outro, de trocar de vida.

A programação de curtas metragens é composta, uma vez mais, por vários géneros cinematográficos: filmes de animação – o muito esperado Kali, o Pequeno Vampiro, de Regina Pessoa, O Cágado, de Luís Matta Almeida e Pedro Lino, Do Céu e da Terra, de Isabel Aboim Inglez, Fado do Homem Crescido, de Pedro Brito e O Refugiado, de Rui Cardoso – documentários – Antero, de José Alberto Pinto, Encounters With Landscape, de Salomé Lamas, Outras Cartas ou o Amor Inventado, de Leonor Noivo – e ficções como Barba, de Paulo Abreu, Cerro Negro, de João Salaviza, La chambre jaune, de André Godinho, Julian, de António da Silva, Luz da Manhã, de Cláudia Varejão, Mupepy Munatim, de Pedro Peralta, Noite, de Flávio Pires, O Que Arde Cura, uma estreia na realização a solo de João Rui Guerra da Mata, One Way or Another (Reflections of a Psykokiller), de Edgar Pêra e Palácios de Pena, de Gabriel Abrantes e Daniel Schmidt. No caso de Cama de Gato, da dupla de realizadores Filipa Reis e João Miller Guerra, mantemo-nos entre ambos os géneros, na versão ficcional de uma vida real.

Espaço também para os novíssimos talentos do cinema português – que a organização acredita serem nomes a reter desde já – e por isso mostrará uma selecção de filmes em sessão especial (fora de competição) que, pela sua qualidade e maturidade, urge mostrar. Esta sessão de curtas metragens será apresentada no dia 2 de Maio quarta-feira, pelas 19h15, no Cinema São Jorge (Sala Manoel de Oliveira).

Destaque ainda para dois documentários portugueses que integram a secção Sessões Especiais: Raul Brandão era um grande escritor, de João Canijo e A Vossa Casa, de João Mário Grilo, um filme sobre o legado de Raul Lino.



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