Cosmopolis

Um convento, um castelo e uma praia. De 24 a 26 de Junho, a quinta edição do festival promete trazer à capital o melhor da música electrónica mundial.

A época festivaleira já começou. Portugal tornou-se em poucos anos um país onde, semana sim, semana sim, existe um qualquer festival. Seja de jazz, de músicas do mundo, de Pop ou Hip-Hop, passando pelos mais generalistas e tradicionais, parece que existe público para tudo.

De todos os festivais, o Cosmopolis tem conseguido encontrar um espaço e público próprio, tornando-se no maior festival urbano em Portugal, levando a música e o vídeo a espaços pouco habituados a este tipo de festividades e criar um elo interessante entre a cidade e a cultura.

Nesta quinta edição, o festival promete muitas horas de festa com cerca de 32 artistas e DJ’s, oriundos de 15 diferentes países, proporcionando um encontro de culturas, com nomes que vão desde os mais consagrados às novas apostas e talentos. Serão quatro dias de festa em seis clubes diferentes, num castelo, num convento e numa praia, onde a música electrónica e de dança será a principal convidada. Fiquem a conhecer todo o programa das festividades aqui na Rua de Baixo.

No primeiro dia de festival o Santiago Alquimista, em Lisboa vai receber a Festa de Abertura do Cosmopolis, com os convidados Troublemakers, Cyz e Mike Stellar. Uma noite com ritmos quentes que promete muita dança e alegria, principalmente através de Cyz que apresenta o seu mais recente disco, que foi destaque na Rua de Baixo no mês passado (podem consultar os artigos relacionados no fim desta página).

O segundo dia do festival é o dia dos clubes. Os estilos e tendências são bastante distintos e proporcionam um grande leque de escolhas. Vai haver festa um pouco por todo o lado em Lisboa. Desde o Incógnito ao Fluid, passando pelo Club journeys e o Op’Art, não vão faltar razões para dançar durante toda a noite, ao som de músicos e DJ’s de toda a Europa, com uma aposta clara nos novos talentos.

O dia 26 de Junho fica marcado pela grande festa no Convento do Beato, mas as festividades começam bem mais cedo numa iniciativa que se repete nesta edição no Castelo de S.Jorge. Jardins Sonoros, é o nome dado a esta iniciativa e pretende criar um ambiente de festa num espaço privilegiado da cidade de Lisboa e que poucas vezes é aproveitado para eventos deste tipo. Uma boa oportunidade para visitar o Castelo de S.Jorge, apreciar a magnífica vista e ouvir boa música. A entrada é livre.

Depois de passear pelo castelo, a festa continua no Convento. O planeta de dança vai estar montado numa festa a não perder, com os nomes mais aguardados a marcarem presença. Com três espaços distintos, onde se destaca o Hawaian Club, com a presença de um convidado especial vindo directamente do paraíso do pacífico. Nos outros dois espaços vamos assistir a muita electrónica, algum hip-hop e muita dança.

Dos nomes que estão alinhados para esta grandiosa noite, destacamos Izzi Dunn, que vem acompanhada com o seu violoncelo e o seu álbum de estreia “Big Picture” (ver artigos relacionados), Bulllet, que tem nas lojas um disco novo, os Spaceboys, que contiuam a levar o seu Kuduro Intergaláctico um pouco por todo o lado e os alemães Lali Puna e Thomas Brinkmann.

Formados em 1998 por Valerie Trebeljahr (voz e teclados), os Lali Puna são um dos nomes com presença assídua nos festivais de música electrónica mundial. Com a pop electrónica (e a infantilidade dos islandeses Múm) como pano de fundo, os Lali Puna tornaram-se numa referência num género apelidado por indietrónica, e o seu último álbum de originais, “Faking The Books“, recentemente editado, vem comprovar a maturidade do quarteto de Munique que, embora tenha instrumentalizado a sua música, continua a piscar o olho às sonoridades electro. Este álbum surge com uma mensagem muito forte, colocando o dedo na ferida em algumas falsidades e mentiras que têm nos EUA o alvo principal.

Da Alemanha vem também um outro convidado muito especial: Thomas Brinkmann.
O multifacetado alemão é um dos líderes do movimento dub-techno experimental que tem influenciado dezenas de artistas um pouco por todo o mundo, criando um grande número de adeptos e seguidores. Começou por estudar arte na academia de Düsseldorf, acabando por ser expulso devido às suas filosofias. Começou a sua experimentação musical na década de 80, fundou a Ernst, pela qual editou o seus primeiros singles, todos com nomes de mulheres, tendo posteriormente fundado outras duas editoras, a Max (onde editou singles com nomes de homens) e a Suppose (dedicada apenas aos registo de longa duração). Trabalhou com grandes nomes da electrónica e é um dos nomes mais fortes do techno minimalista mundial.

Mas esta festa não conta apenas com bandas e DJ’s. Na área dos VJ’s, irão estar presentes os ingleses Hexstatic que, no meio do seu extenso currículo de colaborações, contam com a participação com David Byrne na Expo 98. Stuart Warren Hill and Robin Brunson são os nomes por detrás deste projecto que lançou em 2000 o primeiro álbum visual da história da música. Em “Rewind” a música está sincronizada com a imagem dando a oportunidade de manipular a imagem através de algumas ferramentas disponibilizadas no CDROM. Depois de terem actuado em todo o tipo de eventos, desde festivais de cinema até exposições de arte, chegou a vez de Lisboa assitir a um espectáculo altamente recomendado e que evidencia a forte ligação entre a música e as novas tecnologias.

Embora a festa acabe às 7 da manhã, o Cosmopolis continua durante a manhã de Domingo, num incrível After Hours no Alcântara Bar a partir das 8 da manhã para aqueles que não querem ou não podem parar de dançar. Depois de dançar durante horas a fio, nada melhor que acabar o fim-de-semana e o festival a ressacar na praia. A organização pensou nisso e organizou na praia do Meco a partir das 17 horas de Domingo, a festa de despedida do festival, porque a praia também faz parte da vida citadina.

Sem dúvida que este ano o Cosmopolis apresenta-se um grande festival e mostra de jovens talentos europeus em vídeo e música electrónica, que têm em comum a visão vanguardista e a forma tecnologicamente avançada de conceito de arte. A não perder no fim de Junho, entre os dias 24 e 27, um pouco por toda a cidade de Lisboa e na praia do Meco.



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