Cyberty

Mais uma marca de joalharia home made, que nasceu de muita vontade e necessidade de criação.

Existem diversas formas de expressão artística. Se alguns expressam através da pintura, do desenho e das obras plásticas a sua veia criativa, outros colocam na música, nas imagens ou no teatro a sua tendência mais imaginativa. A bijutaria/joalharia é uma outra forma de libertação artística que precisa de uma imensa dose de criatividade e um grande à-vontade com o trabalho manual.

Para uma determinada peça ganhar forma é necessário ter uma sensibilidade diferente, uma visão global do objecto, a sua funcionalidade, os materiais adequados e principalmente o seu design. Todos estes conceitos são fundamentais para se conseguir encontrar a peça mais “perfeita” possível.

A rua de baixo tem tentado divulgar alguns dos mais interessantes projectos individuais que nos chegam. Vamos continuar a apoiar aqueles que têm vontade de exprimir a sua veia artística e criativa.

A Cyberty é da responsabilidade de Filipa Rodrigues que desenha e cria acessórios desde os 17 anos. O nome surgiu devido à sua paixão pelo “movimento cyberpunk, pela tecnologia e reciclagem”, mas também devido à sua ligação à cidade de Londres que está directamente apegada a esta cultura.

O seu gosto pela criação de acessórios surgiu na altura em que estavam a começar as festas de trance em Portugal tendo-se deixado “fascinar” pelas cores e formas que encontrava nesses certames. No ano 2000 completou o curso técnico/profissional de Design têxtil, tendo depois frequentado o curso de artes plásticas (escultura) na Escola Superior de Arte Design e Gestão das Caldas da Rainha (ESTGAD) e depois o curso de joalharia na Contacto Directo.

Embora prefira trabalhar com os plásticos, a escolha dos materiais depende das formas que pretende elaborar. A massa fimo foi durante muito tempo o material preferido das suas criações pois, como a própria nos disse, “era acessível e maleável o suficiente para criar as formas pretendidas”. Durante o curso de escultura, começou a trabalhar com pasta de papel e arame tendo depois experimentado outros materiais (prata, titânio, lacas japonesas, plásticos) durante o curso de joalharia na Contacto.

Os mercados e as feiras de novos valores que se realizam periodicamente em Portugal são de extrema importância “não só como meio de divulgação de trabalhos, mas também como vulgarização de diferentes estéticas”. Na opinião de Filipa, “não existem suficientes feiras ou mercados em Portugal, e as que existem são demasiado elitistas”, uma lacuna não existente noutros países (Inglaterra, Espanha ou Holanda) onde a cultura de mercado de rua está bastante vincada na sociedade.

Na opinião desta jovem criadora, o mercado nacional é muito “conservador” e ainda existe a preferência pelos “materiais nobres” como a prata ou o ouro: “ainda ouço muitas pessoas dizer que acham as peças caras, se estas são feitas em outros materiais que não os tradicionais”, disse-nos.

Os seus trabalhos já estiveram durante algum tempo em algumas lojas, “embora exista alguma falta de profissionalismo” na forma como lidam com este tipo de criações. De momento, não é possível encontrar nenhuma peça nas lojas, pois foram todas retiradas pela própria, que está a preparar uma exposição em conjunto com uma ilustração de moda.



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