David Cronenberg

Ciclo na Cinemateca dedicado ao realizador.

Com o pretexto da realização de uma programação especial dedicada ao realizador David Cronenberg  na Cinemateca, falamos aqui sobre um dos homens mais “underground” da meca cinematográfica.

A ter  início no final de Janeiro (dias 30 e 31), e durante o mês de Fevereiro, o primeiro filme a ser apresentado é precisamente “Stereo” (1969), a sua primeira longa-metragem, que conta a história  de um grupo de estudantes que se submete de livre e espontânea vontade a uma experiência médica  que lhes remove a parte do cérebro que é responsável pela  coordenação dos mecanismos da fala, mas que por outro lado lhes aumenta as propriedades telepáticas. Como se não bastasse, estes pobres diabos ainda são entupidos com drogas que nunca mais acabam. Não esquecendo de referir que esta experiência é coordenada por um organismo nada mais nada menos, do que… Academia Canadiana para a Investigação Erótica.

O segundo filme é  “Crimes of the Future” (1970), a sua primeira película a cores, com o mesmo protagonista do seu anterior filme, Ronald Mlodzik, em que Cronenberg, para além de realizador é também argumentista, montador, operador, e produtor. Conservando a “reflexão erótica” do seu predecessor, este filme passa-se num tempo futuro onde toda a população do sexo feminino pura e simplesmente… desapareceu, à excepção apenas de uma rapariga. “Crimes Of the Future” foi o catalisador da “má” fama do realizador, pois começou a ser acusado de machista, pederasta ou misógino.

David Cronenberg nasceu em Toronto em 1943 e é um dos nomes do cinema contemporâneo que não necessita de muitas apresentações. A partir de uma temática semi-underground, tem conseguido impor-se nos últimos anos como um dos nomes mais importantes, tanto junto da crítica, como referência para os cinéfilos de todo o Mundo. Uma boa prova disso, é o facto da palavra “cronenberguiano” se ter consagrado como  um  adjectivo descritivo, não somente aplicável ao universo dos seus filmes.

Quase nenhum cineasta que se preze soube explorar tão obssessiva e exaustivamente os horrores implícitos dos corpos e das mentes, conseguindo estabelecer de modo tão assustador a carne e a psicologia ou mesmo a carne e a máquina, questionando tão perturbadoramente o lugar e  a fragilidade do ser humano num mundo tão caótico e sob o excessivo domínio da mecânica e de substâncias químicas que alteram o comportamento.

Talvez o seu filme mais conhecido seja o fantástico “ The Fly” com Jeff Goldblum e Geena Davis de 1986. Dos mais recentes  “Crash” (1996) com James Spader e Holly Hunter e “Existenz” , com um ainda muito jovem e praticamente desconhecido Jude Law (1999).



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