Destiny | Análise
Um bom título mas que está longe de ser perfeito
Desenvolvido pela Bungie e publicado pela Activision, chega um título com a promessa de mostrar que o género FPS, tão acusado de cair na repetibilidade, ainda tem muito para mostrar. Chama-se Destiny e para este título a Bungie aposta numa combinação muito pouco explorada, misturando o FPS com componentes de MMORPG. Será Destiny o título que vai revitalizar o género ou, fatal como o Destino, estará ainda condenado à estagnação, até que outro o venha salvar?
Ou não fosse responsável por Halo, o simples facto de ser desenvolvido pela Bungie foi o suficiente para que as expectativas em relação a este título subissem em flecha. Só que ao juntar a isto todo o marketing envolvido e a declaração feita pelo director da Activision Blizzard, Robert Kotick que revela que o orçamento à volta de Destiny rondou os 500 milhões (apesar de ter sido posteriormente negado pela Bungie)… Fez com que grande parte da comunidade de jogadores passasse a encarar este título como a segunda vinda de Cristo à Terra.
Chamemos-lhe Hype (ou nesta situação, Over Hype) chamemos-lhe expectativas extremamente elevadas, chamemos-lhe o que quisermos. Um facto é que muitos são os títulos que sofrem deste problema e poucos são os que realmente correspondem a tudo o que deles é esperado. Neste caso, Destiny é exemplo disso e chega até nós como um bom título mas que está longe de ser perfeito.
Mas vamos dar início à análise propriamente dita. A acção de Destiny passa-se vários anos no futuro, num mundo pós-apocalíptico. Apesar de existir agora uma era de prosperidade favorecendo a exploração espacial e de enormes avanços tecnológicos, uma nova ameaça coloca novamente em risco a humanidade (ou o que resta dela) e todo o universo. Como guardião a nossa missão (e a de outros jogadores) é intervir e repelir esta ameaça e a nossa aventura começa no menu de criação do nosso personagem. Aqui temos três raças ao nosso dispor, os Humanos, os Awoken e a raça cibernética Exo. A acompanhar a raça que escolhemos existem também três classes à escolha: Titan, Hunter e Warlock. Todas são diferentes umas das outras e desta forma a cada uma corresponde um leque de habilidades e de equipamento (à excepção das armas que podem ser utilizadas por todas as classes). Enquanto que o Titan é mais resistente, já o Hunter favorece a agilidade e o Warlock tem a habilidade de lançar feitiços.
No que diz respeito à história e apesar de ter os seus momentos, momentos esses que nos conduzem a cenários vibrantes e encontros aliciantes, este não é de todo o ponto forte deste título. Não querendo estragar nada, um facto é que tanto no início como no fim (sobretudo no fim) vamos dar de caras com situações e perguntas às quais não vamos ter resposta. Pegando logo no início, por exemplo, quem são os Awoken e os Exo e porque é que os membros destas raças são também guardiões da Terra? Claro que nós somos uma simpatia, mas deve haver algo mais por trás, certo? Brincadeiras à parte, um facto é que com toda a conversa de guardiões e ao passar algum tempo a explorar a Tower (Torre), o ponto de encontro para todos os guardiões (diga-se nós e os outros jogadores) não deixei de sentir que fazia parte de qualquer coisa, algo que para mim roçou até o espírito dos Green Lanterns (por muito estranho que isto soe), os guardiões juramentados de vários sectores do universo da DC Comics. Só que pela falta de mais informações não consegui ir além disso mesmo, de uma sensação. Assim, dei mais por mim a enfrentar vastas hordas de inimigos, simplesmente porque “é porreiro” e porque fui ganhando pontos de experiência para o meu personagem. Isto sem mencionar, claro, o loot.
Em termos de jogabilidade, contem com um FPS com componentes RPG ao estilo Borderlands. Todas as missões da história (incluindo as opcionais) são passíveis de ser jogadas em equipas de três pessoas e estas serão a nossa fonte principal de pontos de experiência. Mas existem outras alternativas. Dentro dos planetas disponíveis, podemos seleccionar a opção de explorá-los e ao fazê-lo temos acesso a pequenas missões, além disso temos também a opção de fazer parte de missões especiais chamadas Strikes. Numa espécie de Dungeon, estas missões oferecem uma dificuldade maior, vamos ganhar mais pontos de experiência e temos também a chance de receber melhores recompensas. Isto sem falar dos bounties que podemos encontrar na Tower que nos pedem para cumprir objectivos específicos como eliminar um certo número de inimigos de uma determinada raça. Enfim existem várias e boas formas de ganhar experiência para que a aventura não se torne tão repetitiva e isto é de louvar
Chegando a nível 15 desbloqueamos a subclasse do nosso personagem, que oferece uma variante em termos de habilidades que levamos para o campo de batalha. Cada classe tem uma e saber alternar entre as duas vai ser crucial mais para a frente. Além disso ao chegarmos ao nível 20 (o máximo é 30) passamos a evoluir não com pontos de experiência mas sim com a qualidade das peças de equipamento que vamos colocar no nosso personagem. Quanto melhores forem as peças, mais evoluímos.
Já a nível 26 e como estamos num Multiplayer Online, podemos fazer parte de um Raid. Neste momento existe apenas um, mas não se preocupem que não será o único. Aqui, em vez de três jogadores, vamos organizar uma equipa com seis membros e espera-vos o melhor que o Destiny tem para vos oferecer. A dificuldade é imensa e o trabalho de equipa será crucial para um rápido sucesso. O mínimo erro pode custar-vos caro mas as recompensas vão valer muito a pena.
Além de tudo isto, para os jogadores mais competitivos, não podia deixar de faltar o modo de PVP (Player Versus Player) chamado The Crucible. Este modo fica disponível desde muito cedo e também aqui podemos evoluir o nosso personagem. Adicionalmente podemos, também na Tower, adquirir bounties específicos para esta componente. No Crucible podemos optar entre os seguintes modos: Clash, onde duas equipas de seis lutam pelo maior número de mortes; Control, onde duas equipas de seis membros terão de lutar para capturar e manter certos pontos do cenário; Rumble, coloca seis jogadores numa espécie de todos contra todos; Skirmish, coloca uma equipa de três jogadores contra outra. Atenção que, podem surgir outros modos na forma de eventos (cada um com a sua respectiva duração), por isso fiquem atentos.
Destiny chega às nossas consolas como um bom título, mas que ainda está longe de ser perfeito e desenganem-se os fãs Hardcore do género que pensam que vão encontrar aqui um título ao género Call of Duty e Battlefield. Este é um FPS diferente e sem dúvida que não deve ser jogado sozinho. Já o fiz e garanto que com mais dois amigos a experiência torna-se muito mais divertida e gratificante. No entanto, apesar de nos levar a cenários vibrantes um facto é que a história é um grande senão, desenvolve pouco e torna-se pouco apelativa. A bungie já anunciou mais duas expansões que irão oferecer mais modos de jogo, armas e armaduras e claro a continuação da mesma história, mas com o preço da Season Pass a rondar a “módica” quantia de 34,99€ faz com que a sua aquisição não seja feita de ânimo leve.
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