Deus Ex: Mankind Divided | Análise
O regresso de Adam Jensen é mais do que bem-vindo!
Adam Jensen regressa, após os eventos de Deus Ex: Human Revolution, para enfrentar uma ameaça terrorista perpetrada por augmented, humanos que, como o protagonista, incorporaram por uma ou outra razão membros cibernéticos e implantes nano-tecnológicos no seu corpo. Mas como nunca nada é o que parece na saga Deus Ex, os jogadores podem esperar reviravoltas no enredo e conspirações capazes de surpreender qualquer um. Deus Ex: Mankind Divided é um jogo que aborda questões delicadas e muito actuais, como a segregação e o terrorismo, num universo de ficção científica cyberpunk. O resultado é um jogo intenso, com excelentes detalhes e que agarrará o jogador do princípio ao fim.
Logo a início, o jogador é brindado com uma cinematic que contextualiza todos aqueles que não jogaram Deus Ex: Human Revolution, assim como aqueles que possam, eventualmente, já não se lembrar de todos os detalhes do jogo anterior. Para além da missão principal, com uma narrativa bastante complexa e interessante como já acontecia em Deus Ex: Human Revolution, existem ainda bastantes missões alternativas que enriquecem a história de Adam Jensen na versão cyberpunk de Praga, a capital da República Checa, por onde andamos durante a maior parte do jogo. Existem sempre coisas para fazer, personagens com as quais podemos interagir, terminais para hackear e até jornais para ler as últimas novidades dos acontecimentos. A narrativa começa de uma forma lenta, mas rapidamente acelera e ganha interesse e complexidade. Deus Ex: Mankind Divided é daqueles jogos que obriga os jogadores a investigar o lore oficial e a procurar mais informação sobre cada facto que vamos descobrindo e que nos deixa curiosos sobre o que realmente está por detrás de cada facção, personagem ou reviravolta na narrativa.
A jogabilidade não se alterou drasticamente, mantendo várias linhas que regressam de Deus Ex: Human Revolution. Podemos sempre optar por três tipos de abordagem às situações que enfrentamos: a abordagem letal, em que não mostramos misericórdia aos inimigos; a abordagem não letal, em que usamos dardos soporíferos para neutralizar os inimigos; e ainda a opção furtiva em que optamos por evitar totalmente qualquer tipo de combate e tentamos chegar ao objectivo sem ser detectados. Abordar uma situação de uma forma violenta, ou abordar de uma forma mais furtiva terá sempre consequências diferentes e o jogador vai sentir curiosidade em perceber o que aconteceria se, naquela esquina, não tivesse optado por uma vertente mais agressiva para resolver a missão. Também independentemente das poucas hipóteses que, à primeira vista, temos para solucionar determinada situação, há sempre uma abordagem diferente e, por vezes, bem mais simples que nos faz chegar mais rapidamente onde queríamos. Apesar de não ser propriamente um jogo em mundo aberto, os níveis de Praga são altamente densos e profundos, permitindo vários tipos de abordagem para chegar do ponto X ao ponto Y. São, também, bastante maiores do que qualquer mapa de Deus Ex: Human Revolution e estão apenas separados por viagens de metro que, disfarçadamente, mascaram os ecrãs de loading. A história incorpora ainda algumas decisões difíceis de tomar através de opções no diálogo (um pouco ao estilo Mass Effect) e que tornarão cada experiência de jogo diferente da próxima.
As augmentations, que são o mesmo que os típicos powerups que podemos encontrar em qualquer outro jogo com elementos RPG, ajudarão os jogadores a melhorar as capacidades de Jensen de acordo com a forma como quiserem jogar Deus Ex: Mankind Divided. A grande novidade desta sequela, em relação ao jogo anterior, é o surgimento dos test augs que poderemos desbloquear para Adam Jensen logo nas primeiras horas de jogo. A limitar que Jensen rapidamente se torne num semi-deus e destrua tudo à sua frente, saibam que a combinação das augmentations que já existiam em Deus Ex: Human Revolution com as novas de Mankind Divided está restringida ao limite de energia do corpo do protagonista que não poderá ser ultrapassada sem consequências e que obrigará a que os jogadores procurem equilibrar os powerups que utilizam. É também graças a estes powerups que a jogabilidade ganha ainda mais variabilidade e permite vários tipos de abordagens à mesma situação, o que, por consequência, aumenta ainda mais a repetibilidade de Deus Ex: Mankind Divided.
O regresso de Adam Jensen (provavelmente o protagonista mais cheio de estilo de que há memória no mundo dos videojogos) é mais do que bem-vindo neste final de Verão morno em grandes lançamentos. Deus Ex: Mankind Divided é um excelente retomar da saga que deixámos em Deus Ex: Human Revolution e introduz algumas novidades na jogabilidade que tornam o jogador ainda mais livre na forma como aborda cada situação. Os diálogos ao bom estilo Mass Effect também encaixam de uma forma perfeita na fórmula Deus Ex e deixam sempre o jogador a pensar no que poderia acontecer se tomasse uma decisão de forma diferente. Tudo somado, ficamos com um dos jogos com maior potencial de repetibilidade de 2016. Comprar o bilhete para a versão cyberpunk de Praga é obrigatório para todos os que têm acompanhado a saga de Adam Jensen e também para todos aqueles que gostam de um bom jogo de acção furtiva, de ficção científica, de um bom FPS, de repetibilidade nos jogos, do estilo cyberpunk… Enfim, Deus Ex: Mankind Divided é facilmente recomendável para todos aqueles que gostam de um bom jogo! De que estás à espera?
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