Dezembro no Paraíso

Programação para Dezembro do recentemente remodelado cinema Paraíso.

Finalmente há vida no Paraíso. Em colaboração com o Fantas têm sido exibidos filmes que passaram pelo festival em sessões especiais à meia-noite das sextas e sábados. Para além desses filmes, muitas outras películas têm passado por esta sala lisboeta criando assim mais uma sala onde podemos assistir a filmes que se encontram fora do circuito nacional de cinema.

Fica aqui toda a programação para o mês de Dezembro. Todos os filmes mantêm-se em cena durante uma semana. As datas apresentadas são as da estreia. Sempre às sextas-feiras.

5 de Dezembro – OS AMANTES DO RIO de Lou Ye
Vencedor do festival de Roterdão é imagem do novíssimo e muito sugestivo
cinema chinês contemporâneo

Xangai não é apenas a maior cidade do Mundo. É um imenso labirinto de ruas,
povoada por milhões de seres solitários, controlada por poderosas tríades
que dominam o submundo do crime.

É neste impressionante cenário humano e natural dominado pela presença do
Rio Suzhou e das suas pontes, que se desenrola uma história chinesa de amor
e morte, entrecruzada pelos sonhos e  fantasmas que povoam a mente
perturbada de um cineasta que sobrevive a fazer videos domésticos.

Deambula pela cidade, pinta graffitis nas paredes a fornecer os seus
serviços, mas só o contratam para filmar casamentos. A sua frustração é
enorme.

A namorada – uma sereia que animava  um aquário gigante num night club –
abandonou-o sem deixar rasto. Mas apesar de ter partido, a sua presença está
em todo o lado. Até mesmo  no cadáver de uma rapariga arrastada pelo rio,
mortalmente atropelada por um condutor embriagado. Com um bilhete
manuscrito: Se me amas vem ter comigo.

Quando o sonho interfere com a realidade, o pesadelo do passado ameaça
destruir a existência de um pobre homem apaixonado, envolvido numa cadeia de
acontecimentos que não controla, arrastado para o submundo de Xangai.

Lou Ye, o realizador, é natural de Xangai onde nasceu em 1965 e é um dos mais
promissores cineastas chineses da 6ª geração, a nova vaga da grande mudança.
Vencedor em Manheim do Prémio Fassbinder pelo seu filme de estreia “Weekend
Lover” (94) a que se seguiram vários trabalhos para TV, como produtor e
realizador, os seus temas estão mais virados para o quotidiano das grandes
cidades, para os problemas da solidão e da marginalidade social. Reflecte
críticamente sobre a  perda de identidade cultural, absorvida pela imitação
do Ocidente, mas filma ao estilo ocidental com um toque de imaginário
oriental. O seu segundo filme foi exibido este ano na Secção Oficial de
Cannes.

12 de Dezembro – SANGUE ETERNO de Jorge Olguin
Secção Oficial Fantasporto2003

Um grupo de jovens brinca com o fogo, e quem brinca com o fogo, pode
queimar-se. M é um jovem gótico e estudante de filosofia numa Universidade
privada. O seu principal passatempo é o jogo “Sangue Eterno”. Em conjunto
com dois amigos, Elizabeth e Martin, M interpreta personagens de vampiros.
Quando falta um participante para completar o jogo M encontra uma
interessante jovem que estuda jornalismo na mesma faculdade. A rapariga
assume geralmente o papel de Carmilla. Numa estranha festa gótica, o grupo
conhece Dahmer, um homem estranho que faz rituais sobre vampirismo. “Sangue
Eterno” é um filme passado numa cidade contemporânea, com uma realização
vigorosa  e um guarda-roupa e caracterização de qualidade.

Com 27 anos, Jorge Olguin é um dos mais criativos realizadores chilenos da
actualidade com uma filmografia onde se destacam a sua obra de final de
curso, “Maria Bloody Maria” (96), e as curtas-metragens “Un Arma para
Claudia”, premiada em Viña del Mar, “Un Heroe llamado José”, premiada em
Santiago do Chile, Huesca e São Paulo, e “El Reo Jesus” (99). A sua primeira
longa-metragem, “Angel Negro” (2000) passou no Fantasporto, na edição 2001.
Chega agora com a segunda, “Sangre Eterna” (2003)

26 de Dezembro – BUG – QUE GRANDE EMBRULHADA de Matt Manfredi e Phil Hay
Secção Oficial Fantasporto 2003 e vencedor do Prémio de Melhor Argumento
Prémio do Público do Festival de Cinema de Santa Bárbara 2002

Será que o bater de asas de uma borboleta pode provocar uma tempestade no
outro lado do globo? Provavelmente. Quem sabe as consequências dos nossos
actos?

Não se sabe quais são os efeitos dos nossos actos. Em linguagem informática
“bug” quer dizer qualquer coisa como erro de programação que gera problemas
no funcionamento do computador. Os nossos actos podem gerar esses efeitos
negativos, mas também podem provocar coisas bonitas. No entanto, da próxima
vez que comer num restaurante um “bolinho da sorte”, pense duas vezes antes
de acreditar no que vem lá escrito. Quem os fez, pode ter acordado mal
disposto naquela manhã, ou pode ter-se zangado com a namorada e aí
“espalhar” toda a sua fúria.

A cadeia vertiginosa de acontecimentos deste filme, o seu motivo principal,
começa com a “simples” morte de uma barata. Um miúdo não sabe que um homem
do outro lado da rua foi testemunha do “seu crime”. Quando corre para lhe
fazer dizer a importância do que o rapaz acaba de fazer, o homem não vê a
polícia a multar o seu carro. E é a partir daqui que tudo se complica, nas
andanças da vida, onde ninguém morre, muitos descobrem que se amam e outros
encontram uma vida.

Os realizadores de “Bug”, Matt Manfredi e Phil Hay, levaram menos de um mês
na rodagem e só gastaram cerca de um milhão de euros para a sua produção. Do
elenco, destaque para John Carrol Lynch (“Fargo”, 1996), Wallace, o homem
que não consegue fazer nada bem, e Sarah Paulson (“Leap of Faith”, TV,
2001), no papel de Eileen, a mulher que não quer ter filhos.

Todas as sextas e sábados às 00:00 – FEEBLES OS TERRÍVEIS (MEET THE FEEBLES) de Peter Jackson

“Meet the Feebles” é o nome de um dos mais populares programas de televisão.
Mas toda a excitação que acompanha a fama, traz ao de cima os podres da
Feebleland. Bletch, a morsa gigante, que dirige a companhia, trafica drogas
para a sua pesada vedeta Heidi, a hipopótoma. Sid, o elefante e treinador
maníaco-depressivo, recebeu uma queixa da paternidade da galinha Sandy.
Wynyard, a rã que atira facas, tem por vício as drogas todas, enquanto
Trevor, o rato, tem uma especial preferência por práticas sado-masoquistas.
Podíamos continuar indefinidamente, tal a “qualidade” das características
destas criaturas, que deixam os “Marretas” pelas ruas da amargura. E tudo
porquê? Porque estas criaturas adoram a morte, o assassínio, a chantagem, a
droga e outras coisas “saudáveis”. Dão-lhe a forma de um musical, numa
mistura explosiva que alguém já classificou de Sam Peckinpah, Sonny and Cher
e Muppets tudo combinado com um toque de “Broadway Melody”.

Por detrás de toda esta confusão, obviamente nada aconselhável a crianças,
está o neo-zelandês Peter Jackson, bem nosso conhecido por causa desse
cúmulo do exagero que era o seu primeiro filme, “Bad Taste”, pelo seu
magnífico “Braindead” e pelo seu mega sucesso “O Senhor dos Anéis”.

Se quiserem obter mais informações sobre o Cinema Paraíso podem visitar  http://www.fantasporto.com ou utilizar os endereços electrónicos:

info@fantasporto.online.pt ou fantaslisboa@sapo.pt



There are no comments

Add yours

Pin It on Pinterest

Share This