É difícil para mim dançar

É Difícil Para Mim Dançar | Análise

Novo projecto de Mário Coelho em cena no Teatro da Politécnica.

“É Difícil Para Mim Dançar” trata-se do novo projecto de Mário Coelho, que tem como base o célebre texto de Anton Tchékhov “O Ginjal” e que aqui ou ali toca aspectos de “Os Cavalos Também se Abatem” de Horace McCoy e de “Esta Noite Improvisa-se” de Luigi Pirandello. O teatro e o quarto das crianças enquanto espaços onde se vivem emoções que marcam para sempre quem ali as viveu.

Em oposição ao último espectáculo “I’m So Excited!” (em que Mário participava também como actor ao lado de Rita Rocha Silva), agora atreve-se a dirigir um elenco de mais 10 actores que junta a Rita, para um espectáculo cheio de energia, mas desta vez até à exaustão, uma maratona que não deixa o espectador indiferente ao esforço e cansaço físico dos actores.

Num cenário simples e minimalista, movem-se incessantemente 11 actores que enchem completamente o espaço, criando a sensação de que este se torna demasiado pequeno.

No decorrer da peça, as personagens movem-se e lutam tendo em vista uma ilusão, e enquanto o fazem, procuram reflectir sobre si próprias de modo a demonstrar que, sem qualquer sombra de dúvida, cada uma delas será a mais triste da casa. E uma delas acaba por se suicidar. Dúvidas de que seria triste? Deixou de existir e a casa também, para esta família. Lutou-se por um ideal? Por uma ilusão? E o passado continua sempre presente, a atormentar algumas mentes.

Mais uma vez Mário Coelho traz a dança para o seu universo teatral, procurando contrapôr o movimento com a passividade, o ruído com o silêncio.

Ao espectáculo pode assistir-se de 19 a 29 de dezembro no Teatro da Politécnica, contudo, existindo apoios, o Mário e a restante equipa encontram-se disponíveis para uma reposição mais tarde, já em 2019.

Mais uma vez Mário Coelho pretende dar continuidade ao projecto, parece ligar-se de tal forma a eles que depois tem dificuldade em abandoná-los por completo, fica-lhe sempre um gosto pela continuidade, só pode ser sinal das boas relações e vibrações que se estabelecem em cada um.

 

TEXTO de Anton Tchékhov e Mário Coelho | COM Anabela Ribeira, Anna Leppänen, Cirila Bossuet, Cleo Tavares, Erica Rodrigues, Mariana Fonseca, Mariana Gomes, Mariana Guarda, Pedro Baptista, Rita Rocha Silva e Rita Silvestre | LUZ Manuel Abrantes | APOIO À CRIAÇÃO Filipe Baptista | APOIO AO MOVIMENTO Ana Moreno e Filipe Baptista | FOTOGRAFIA Alípio Padilha | VÍDEO João Soares Santana | DRAMATURGIA E ENCENAÇÃO Mário Coelho



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