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Festa do Cinema Francês

França invade Portugal mas desta vez não há problema! Substituíram os soldados de Napoleão pelos realizadores, artistas, actores e câmaras de filmar. Madames et Monsieurs, a Rua de Baixo tem o prazer de apresentar a 10ª Festa do Cinema Francês!

A comemorar este ano nada mais do que o seu décimo aniversário, a Festa do Cinema Francês – uma organização do Instituto Franco-Português, da Embaixada de França e da Alliance Française – decidiu que os portugueses merecem mais do que a alta qualidade do seu cinema. Lisboa, Almada, Porto, Faro, Coimbra e uma novidade, Guimarães, vão receber, além de muitas antestreias, workshops, debates, exposições, ciclos de cinema, homenagens e ainda dois concertos imperdíveis.

Mas vamos começar pelo início. O que este ano é uma grande celebração, começou discretamente em Lisboa no ano 2000, através da Unifrance, a associação responsável pela promoção do cinema francês no mundo. A ideia era apoiar os distribuidores portugueses na promoção de filmes franceses antes da estreia comercial, e de acordo com Elsa Cornevin, adida para o audiovisual e coordenadora da Festa do Cinema Francês, propor ao público lisboeta uma selecção de filmes franceses. O sucesso desta primeira edição foi tal que passou de Mostra a Festival, de poucos filmes a cento e cinquenta sessões nacionais e de Lisboa alastrou para Portugal.

Agora, em 2009, o cartaz está recheado de boas surpresas para o público nacional. São vinte e uma antestreias escolhidas a dedo entre os mais de trezentos lançamentos feitos em França durante o ano passado, como conta Elsa Cornevin, apresentando não só filmes franceses que são verdadeiras obras de autor independentes, como “La Terre de la folie” de Luc Moullet ou “Le Bal des actrices” de Maïwen, mas também filmes para o grande público, tais como “La Première étoile” de Lucien Jean Baptiste, que ultrapassou o milhão de entradas em França logo após poucas semanas de exibição. Outro dos realizadores em destaque, e com presença confirmada, é o português Pedro Costa, autor de “Ne Change Rien”, exibido em estreia mundial na edição deste ano do Festival de Cannes.

Entre realizadores, actores, Masterclasses e muito visionamento de cinema, temos também “Os César da Festa”, filmes galardoados com este prémio francês, e o “Primeiros Filmes, Grandes Obras”, que contrariamente ao anterior, tem por objectivo mostrar aos espectadores portugueses os novos talentos do cinema francês. De destacar também a homenagem feita a Agnès Varda, uma figura incontornável do cinema francófono, com sessões especiais no Instituto Franco-Português, na Cinemateca de Lisboa e em Serralves, no Porto. Entre 7 de Outubro e 10 de Novembro, parece que Portugal vai receber um banho de cultura à francesa. Melhor que uma batalha, a cultura assume-se como a melhor maneira de divulgar um país e uma língua.

E a “invasão” não acaba aqui, pois este ano outra das grandes novidades é a música. Como nome sonante do cartaz, temos Jane Birkin – a consagrada actriz, modelo, cantora e realizadora, intimamente ligada a França, não só pelas suas relações pessoais, mas também pelo seu trabalho. Aliás, Duas realidades indissociáveis, pois o seu maior sucesso, “Je t’aime… moi non plus”, foi nada mais nada menos que um dueto com o seu mais controverso marido, Serge Gainsbourg. Em Portugal, Birkin irá actuar dia 8 de Outubro no Centro Cultural de Belém e apresentar a sua primeira longa-metragem “Boxes” a 7 de Outubro no Cinema São Jorge.

No campo da música, a Festa do Cinema Francês continua. No Instituto Franco-Português, a 9 de Outubro, tocam os Moriarty, com origem em Nova Iorque e em Paris e ainda nossos desconhecidos, mas que deixam a Rua de Baixo curiosa com a sua lista de influências – de Billie Holliday, Johny Cash, a Jack Kerouac!

Para os ainda cépticos em relação ao cinema produzido na nossa Europa, especialmente o francês, não tenham medo, pois são muitas as falsas verdades. A nossa entrevistada e directora do evento, Elsa Cornevin, explica que este ano o cinema francês passou, pela primeira vez, a fasquia das 80 milhões de entradas em todo o mundo. Ou seja, afinal não é assim tão difícil assistir a uma película que não venha de Hollywood. A directora acrescenta que o cinema francês dispõe de um sistema de financiamento que protege e encoraja os autores, a inovação e a criação cinematográfica, defende a diversidade cultural, favorecendo sempre as mestiçagens culturais e o multilinguismo. Algo que muitos artistas e realizadores provavelmente ambicionam sem saberem que este paraíso existe. Para finalizar, a Directora sugere, e a Rua de Baixo aceita, o filme “Pour un instant la liberté” do realizador austríaco – iraniano Arash Riahi.

Mas, e apesar da popularidade do cinema francês em todo o mundo, os filmes franceses ou de co-produção francesa lançados para Portugal em 2008, e de acordo com dados do Instituto do Cinema e do Audiovisual, foram vistos por apenas dez por cento do total de todos os espectadores. A causa? Receio das salas em apostarem numa oferta para além da tradicional, ou seja, americana.

A Rua de Baixo acha que o público desta vez quer premiar a diferença e a qualidade e que se vai juntar a essa enorme festa que é o cinema francês!



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