Finalmente, David Foster Wallace
O acontecimento literário do ano chega com “A Piada Infinita”
É considerado um dos maiores escritores norte-americanos da sua geração mas, estranhamente, a obra de David Foster Wallace permanece inédita em Portugal. Ou melhor, permanecia, já que a Quetzal, vestindo a camisola do serviço público, inicia hoje a publicação das suas obras, começando com o colossal “A Piada Infinita” (“Infinite Jest” no original). A sensação que paira no ar é semelhante à que antecedeu a publicação de “2666”, de Roberto Bolaño, estávamos então em 2009 – que ficou na memória de muito bom leitor como o ano do grande contentamento.
Professor universitário e autor de romances, contos e ensaios, Foster Wallace destacou-se por um estilo de escrita inovador que lhe valeu rasgados elogios de colegas, críticos e leitores. O seu primeiro romance – “The Broom of System” – foi editado em 1987, mas foi com “Infinite Jest”, publicado nove anos mais tarde, que o seu nome entrou para a história da literatura norte-americana. Em 2005, a revista Time incluiu-o na lista dos 100 melhores romances de língua inglesa desde o ano de 1923. Depois de uma vida inteira a lutar contra uma grave depressão, Foster Wallace suicidou-se em 2008.
Não será difícil encontrar encontrar palavras elogiosas sobre o escritor e a sua obra, como estas da romancista Zadie Smith: “Um visionário, um artesão, um cómico e tão sério quanto se pode ser sem escrever um texto religioso. É tão moderno que parece habitar um contínuo tempo-espaço diferente do nosso. Maldito seja.”
Resta agradecer à Quetzal a publicação da obra de David Foster Wallace, ainda por cima tendo-o feito sem esperar pela chegada de um Nobel póstumo ou uma outra honraria que estimulasse a corrida desenfreada às livrarias. E a Salvato Telles de Menezes e Vasco Telles de Menezes, que dedicaram perto de um ano das suas vidas a traduzir “A Piada Infinita”.
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