Flairs
Euro-Gália psicadélica, os Flairs são electro pop a viver nos subúrbios do rock sinfónico.
Existirá por ventura em terras gaulesas uma árvore a brotar frutos que amadurecem numa euforia psicadélica. Agora, ou uma estrela lhes caiu em cima ou a árvore brotou outro fruto maduro pronto para ser consumido.
Esta árvore já enraizou o mundo Pop francês com nomes como Stereolab, Saint Etienne, St. Germain, Daft Punk ou os Air, entre muitos outros, e prepara-se agora para exportar mais uma banda de pêlo na venta com um temperamento musical, que lhes augura um promissor casamento com uma editora multinacional.
Com um electro pop a viver nos subúrbios do rock sinfónico, os parisienses Flairs vão agora plantar a sua semente, um primeiríssimo longa duração a sair com o nome de “Sweat Symphony” que levará a banda para fora dos escaparates do Myspace, numa posição confortável para desenferrujar dobradiças e abrirem portas para um público sedento do revivalismo emergente do novíssimo milénio.
No primeiro single extraído de “Sweat Symphony” encontramos um bom ensaio dançante. «Better Than Prince» arrasta a asa a um glamour Soft Cell que, espraiando movimentos sincronizados, corre cortinas para receber a luz dos inícios dos anos 80. Aferido à lupa irá explodir em passerelles mais notórias para receber um feedback mais abrangente que o que tem conhecido na cronologia limitada do Myspace.
Em «French Cowboy» encontramos uma enxada a malhar num psicadelismo Pink Floyd, mas que a cada nova audição poderá amanhar terras mais agrestes, sem nunca deixar árida a heterodoxa e alucinante Pop gaulesa. Encaixado no alinhamento do “Virgin Suicides” dos Air, este tema não destoaria do resto da colheita, seria mesmo como a azeitona a delirar em ácidos, num copo servido de um dry Martini.
Uma valsa apeada de trajes de gala deambula por teclas pisadas em «Truckers Delight», um frio Outono onde folhas caducas martirizam num soberbo minimal que se prolonga em «Square Boy» a cair numa geometria niilista, simetricamente alinhada numa melodia em rotura com um apelo vocalizado por «Lionel Flairs, Vocals, Bass & Synths» e lider do trio que é composto também por «Prince William: Vocals Guitars & Synths» e «Prince Philipp:Drugs& Drums».
É nesta Gália que florescem indivíduos que saciam da música o que Henry Miller bebeu dos livros. Numa luxuriante harmonia, a música pulsa desde o acordeão dos «Les Négresses Vertes», dança na loucura gritante de uns «Les Rita Mitsouko» para, como uma avalancha, aplainar terreno, fertelizando uma geração de que agora podem ser resultado os Flairs.
Os bálsamos que este recém-criado trio nos dá a conhecer no Myspace, aglomeram-se numa tempestade pronta a desabar sobre os poros dos ávidos destemidos coleccionadores de artesanato sonoro. Forjado a sintetizadores e melancólicas guitarras nas sobranceiras ruas dos Campos Elísios, ainda com pedalada para escapar ao Tour La France numa toada psicadélica; passeando numa Europa em recessão económica, com uma forte deflação musical.
There are no comments
Add yoursTem de iniciar a sessão para publicar um comentário.
Artigos Relacionados