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Future Classics

E então, um multi-talentoso jovem designer, resolve abordar o vestuário clássico sob o ponto de vista moderno, desconstruindo-o e tornando-o intemporal. E o mundo fashionista aplaudiu de pé.

O nome pode parecer presunçoso, “Future Classics”, admitindo que no futuro, estas peças estarão lado-a-lado com uma Chanel 2.55, um clássico per si. Mas na verdade, examinando peça-a-peça, é tão fácil apaixonarmo-nos, que não é nada difícil imaginá-las no nosso armário uma ou outra década adiante. Como só um clássico consegue.

De qualquer forma, não avancemos por aí.

Future Classics, é antes de mais, a combinação de uma abordagem moderna e desconstruída do vestuário clássico. Combinação essa que tem tanto de perfeita, como de inovadora. E aí sim, admitamos a presunção: não é todos os dias que vemos nascer o sucesso desmesurado com base numa diferenciação que, passe a redundância, faz realmente a diferença.

Do sucesso crítico e comercial, à presença nas prateleiras das melhores lojas e armazéns do Reino Unido e resto do mundo, foi um ápice. Daí até às semanas da moda mais renhidas nem se fala: Londres Fashion Week e Paris Fashion Week aplaudiram de pé as criações de Julie Wilkins.

Fundada em 2000 pelo multi-talentoso ex-cantor, compositor e pintor Mr. Wilkins, e com sede na nossa Londres favorita, Future Classics nasce da curiosidade do artista em explorar e desvendar a gramática da tradicional T-shirt (conhecida no mundo fashionista por apenas T). Por outro lado, a vontade de criar algo intemporal, um “vintage moderno” onde o diálogo entre o tradicional e o moderno, o avant-garde e o conservador ficam de fora, fez do Futuro o Clássico, e do Clássico o Futuro.

O mainstream da marca vai de encontro a um aprofundado estudo da construção de cada peça, factor que leva a que todas elas sejam desenvolvidas e produzidas, com cuidado especial e redobrada atenção ao detalhe.

Esta preocupação reflecte-se bem nas técnicas tradicionais utilizadas pelo designer, já que os acabamentos são, regra geral, feitos à mão.

O interior das peças é feito de “igual para igual” com o exterior, factor que leva a que o primeiro se torne, vezes sem conta, na grande estrela, tomando posse da peça, deixando costuras e revestimentos fabulosamente expostos.

Também na escolha dos tecidos o tradicional ganha terreno, e no atelier não faltam rolos e mais rolos de seda, algodão, cashmere e lã.

A Future Classics conta com duas linhas distintas. Duas linhas “can’t live without” que deverão ter lugar marcado no closet de qualquer mulher: a Future Classics e a Futures Classics Dress.

Na Future Classic encontramos os básicos. As peças que não podem faltar no armário: casacos, vestidos e calças em jersey, malhas reconstruídas e peças que se adaptam ao dia-a-dia.

Do outro lado do wardrobe, temos a Future Classic Dress. Uma família de 10-12 semi-vestidos de alta costura e fatos (saias e blusas), com estampagens exclusivas Future Classics, ou simples e elegantemente revestidos a preto. Os tecidos são geralmente muito femininos, esvoaçantes e leves, fazendo-nos levitar num primeiro olhar.

Mas a marca do artista não se limita à execução das peças. Multifacetado como já fora apontado acima, todos os estampados da colecção Future Classics Dress, são pintados pelo próprio Julie.

Por outro lado, também a sua veia musical tem lugar de destaque na passerelle. Ou pelo menos foi o que aconteceu nas últimas edições Outono/Inverno 09 e Primavera/Verão 2010, quando a banda sonora dos desfiles foi, nada mais nada menos, que temas produzidos pelo próprio.

Um natural born talent, sem sombra de dúvida.

Resta-nos esperar que as suas maravilhosas peças cheguem a este jardim à beira mar plantado. Senão também não faz mal. É que se o Futuro é Clássico, todas as peças serão bem-vindas, nem que só aterrem por estas bandas daqui a uma década.



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