Gilmore Girls – A year in the life
Nenhum heterossexual pode gostar de "Gilmore Girls"
Só há duas desculpas para um homem gostar de “Gilmore Girls”: ou é o Gay BFF de alguém ou então tem uma paixão antiga e mal resolvida por Lauren Graham, provavelmente pelo modo como a sua orelha espreita discretamente por entre os fios de cabelo. Isto porque no papel, esta série tem tudo para ser uma desgraça. Não só a sua génese é a verborreia infinita e super-sónica entre uma mãe e uma filha- território perigosamente Ally McBeal – numa pequena cidade, como ainda piora com as novelas entre a mãe e a mãe da mãe. Tudo o que “O Sexo e A Cidade” tem de pose e chique, “Gilmore Girls” tem de piroso e bimbo, e é por isso que resulta.
Se fosse passado em Portugal, não seria muito distante de “Beirais”. Mas não é, é passado nos Estados Unidos e as conversas entre mãe e filha são recheadas de referências pop com que nos conseguimos identificar, desde David Cronnenberg até Offspring, sempre duma forma espirituosa e pouco politicamente correcta. Apesar de passada vários anos depois, a nova época de “Gilmore Girls” continua a exalar o mesmo charme naíf dos anos 90, mesmo que o pai de Rory já não seja o gajo da mota e ela já não sofra de crises adolescentes.
Aqui não há nenhuma teoria da conspiração, nem zombies, assassinos, polícias ou acontecimentos metafísicos. São só duas gajas que não se calam 10 segundos e têm de ter opinião sobre tudo e mais um par de botas. Na vida real, seria o suficiente para pelo menos mudar de lugar, mas em doses homeopáticas e em ambiente controlado, resulta na perfeição, pelo menos para quem viu a série original.
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