Glasgow Soundz

Victória escocesa em Algés. Resultado final: 2-0

A palavra de ordem em Algés era apenas uma (ou melhor duas): “Franz Ferdinand”. Grande parte dos presentes na Doca pesca, que apesar de bem composta ficou aquém das expectativas da organização, estava lá apenas e só para ver o quarteto de “Escoceses Fantásticos”.

Coube aos Bunnyranch abrir as hostilidades, numa actuação por onde passaram vários temas do primeiro álbum “Trying To Lose”.

Depois da banda de Coimbra, foi a vez de Jimmy Chamberlin Complex, projecto a solo do ex-baterista dos Smashing Pumpkins, subir ao palco da doca de pesca. Da actuação nada a destacar. O projecto vive de instrumentais enfadonhos que se ouvem e esquecem depressa. Alguns dos temas tinham ocasionalmente voz, mas soavam apenas a mais do mesmo. Em suma, não fosse Jimmy Chamberlin o ex-baterista de uma banda de culto, provavelmente o projecto nem estaria no festival.

Seguiram-se os Mogwai e quase que apetecia dizer ” Jimmy tenta aprender qualquer coisinha”. Os escoceses deram um excelente espectáculo não deixando os seus créditos por mãos alheias. Numa actuação bem menos estridente e mais melódica do que a anterior, no Paradise Garage, os Mogwai levaram ao rubro os muitos fãs presentes no recinto. Temas como «Hunted by a Freak» ou «Mogway fear Satan» fecharam os olhos a muitos, que se deixaram transportar numa viagem a sítios longínquos no foguetão Mogway.

A calorosa recepção que os Franz Ferdinand receberam mostrava que o público ainda não se esqueceu do memorável concerto de estreia no Festival do Sudoeste. Logo a abrir “Jacqueline”, que teve o condão de meter de imediato o público a bater palmas e a dançar, muitas das vezes tentando mesmo imitar os passes de dança de Alex Kapranos. Seguiram-se algumas faixas do primeiro álbum intercaladas com algum material novo. “Take me out”, o grande momento da noite, comprovou que a comunhão entre Franz Ferdinand e o público era mais que perfeita. Depois, mais canções novas mais canções conhecidas e até uma apresentação com pompa e circunstância dos membros da banda, a cargo de Kapranos.

Acabado o concerto a banda voltou para um encore que terminou com “Michael”, tema onde “come dance with me michael” foi substítuido por “come dance with me Lisbon”. No fim ainda se ouviu “This Fire”, mas já não eram os escoceses que a cantavam, mas sim o público, que ainda mantinha a esperança de um regresso da banda para mais um encore.

Num acto bastante nobre, a banda recusou-se a cantar “This Fire” por respeito com a situação que se vive no nosso País no que diz respeito aos fogos que assolam as nossas matas.

No final, e apesar da escassa hora de concerto, ficou a certeza de que, ao vivo, Franz Ferdinand é ainda melhor do que em disco. Os rapazes cantam, tocam, dançam e não deixam ninguém indiferente à sua passagem.



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