Gravity Rush 2 | Análise
Essencial para qualquer fã de uma boa aventura!
Depois do sucesso de que foi alvo no ano de 2012, Gravity Rush voltou a dar que falar em Fevereiro do ano passado ao fazer chegar à PS4 aquela que considerámos ser a sua versão definitiva. Agora neste novo ano de 2017, já falta muito pouco para os fãs poderem desfrutar da tão aguardada sequela, Gravity Rush 2 – em exclusivo para a PS4 – uma vez que é já no dia 18 de Janeiro que a carismática Kat regressa para mais uma aventura. Nós já por lá andamos e aqui estamos para partilhar as nossas impressões convosco.
A história de Gravity Rush 2 começa poucos meses após os eventos do primeiro jogo e encontramos Kat na aldeia mineira, Banga, desprovida de poderes, uma vez que o seu fiel companheiro Dusty não se encontra com ela. Não se preocupem que ele não tarda a chegar e Kat depressa volta a mostrar porque é que lhe chamam a “rainha da gravidade”. Mas como é que ela aqui veio parar? Saibam tudo assistindo aos dois episódios Anime, disponíveis no Youtube, que antecedem este jogo. Tal como já acontecia no título anterior, a história é sem dúvida um dos pontos altos deste jogo e descansem que não vos vou estragar nada. Posso dizer, sim, com segurança, que os fãs não vão dar por desperdiçadas as largas horas que vão levar para a completar. Em paralelo com as 50 missões secundárias que agora Gravity Rush tem para oferecer, contem com cerca de 20 a 40 horas de jogo.
Contem com muitas reviravoltas e mistérios. Contem até com momentos bem sinistros, por vezes, mas também com a boa disposição de Kat e uma vontade crescente de levar esta aventura até ao final. Sempre acompanhados por uma arte conceptual de excelência, uma vez mais com sequências ao estilo de banda desenhada, Gravity Rush 2 expande, e de que maneira o que o título original tinha para oferecer. Só em termos de cenários, saibam que podemos agora contar com um mundo aberto quase três vezes maior do que o do primeiro Gravity Rush. Se jogaram ao Demo disponível na loja da PSN, já tiveram um pequeno vislumbre do quão enorme é Jirga Para Lhao, uma das novas áreas que vamos explorar neste jogo. Agora imaginem a sensação de projectar Kat em direcção ao céu e, momentos depois, darem de caras com um novo distrito. E se em vez de subir pelo ar, experimentarem descer? Gravity Rush 2 faz-se acompanhar por cenários deslumbrantes, todos eles vibrantes e ricos em detalhe e é extremamente gratificante sobrevoá-los e explorá-los.
No que diz respeito à jogabilidade quem jogou o primeiro Gravity Rush sabe que por muito que pudéssemos recorrer a sequências de combos, ou até ao facto de podermos projectar objectos na direcção dos nossos inimigos, o facto é que a viabilidade destes actos era pouca quando comparada com a do Gravity Kick (um pontapé singular que faz com que Kat se projecte na direcção de um alvo). Só que agora o caso muda de figura, os produtores ouviram o feedback dos fãs e eis que o combate em Gravity Rush 2 surge agora bem mais fluído e refinado. Os veteranos vão sentir-se imediatamente em casa mas não se preocupem os recém-chegados. Apesar de não parecer, à primeira vista, controlar os poderes gravitacionais de Kat é, na maioria das vezes, super-intuitivo. Digo “ na maioria das vezes” porque em cenários mais apertados já não posso dizer o mesmo, chegando a haver momentos em que a câmara compromete seriamente a fluidez da acção. Felizmente que, para mim, estes foram apenas casos pontuais que, no seu todo, pouco ou nada comprometeram a minha experiência de jogo.
Durante uma boa porção do jogo, Gravity Rush 2 joga-se tal e qual como o primeiro jogo da série, agora sim permitindo-nos jogar como quisermos, seja a pontapear os malfadados Nevi, ou a projectar pedras e/ou caixas na sua direcção. Os vertiginosos Gravity Kicks estão de regresso, claro, e nunca é demais aplicar um devastador ataque especial sobre os nossos inimigos. Mas Gravity Rush 2 tem mais para oferecer, no que toca à jogabilidade. Mais tarde na história vamos dar de caras com dois novos poderes que mudam a forma como Kat manipula a força da gravidade: Lunar e Jupiter.
Com o poder Lunar, ideal contra inimigos mais ligeiros ou evasivos, Kat fica de tal forma mais leve que o seu Gravity Kick se transforma num Wormhole Kick. Este, em vez de a projectar pelo cenário, teleporta-a directamente para o local do seu alvo, ignorando todos os projécteis que venham na sua direcção. Quanto ao Gravity Throw (o poder que nos permite projectar objectos) transforma-se no Vortex Throw. Vários arremessos bem sucedidos congelam os nossos alvos. Já com o poder de Jupiter, Kat fica mais pesada mas com um poder muito mais destrutivo. Este poder é ideal contra, por exemplo, inimigos protegidos por armaduras e com este poder o Gravity Kick é substituído pelo Surge Kick, um pontapé devastador, cujo poder, quando carregado até ao máximo, consegue derrotar com um só golpe todos os inimigos que se encontrem na área de impacto. Aqui também o Gravity Throw é substituído só que desta vez pela Debris Ball, uma enorme e poderosa bola que aglomera todos os objectos do cenário em que nos encontremos. Dois novos poderes, duas novas formas de jogar Gravity Rush e alternar entre eles é tão simples como deslocar o dedo no Touchpad do Dual Shock 4 para cima ou para baixo. Cada um destes poderes traz também consigo um novo ataque especial que não vos digo como é. Experimentem que vale bem a pena!
Gravity Rush 2 é extremamente rico em conteúdo e tal como já acontecia no título original a progressão das habilidades de Kat continua dependente das jóias que forem reunindo à medida que exploram os cenários em que elas se encontram. Recolham estas jóias e apliquem-nas nas habilidades que melhor se adequem ao vosso estilo de jogo. Kat pode também, agora, equipar três tipos de talismãs. Quando equipados, estes itens conferem a Kat habilidades passivas, como uma maior área de absorção de jóias ou uma maior capacidade de recuperação de energia gravitacional. Umas mais peculiares do que outras, as missões secundárias servem também de complemento à história principal do jogo e por vezes podem até dar origem a algumas actividades. Os resultados de algumas podem ser disputados numa tabela de pontuações online. E já que falamos na vertente online, quando derem por vós num cenário com uma paisagem “daquelas”, porque não dar uso ao Photo Mode? Tirem uma fotografia e partilhem-na para que outros jogadores possam avaliá-la. Se a resposta da comunidade for positiva podem ganhar boas recompensas. Encontraram um tesouro especial? Lancem um desafio à comunidade a ver se alguém o encontra com a pista que vocês deram! Conteúdo é coisa que não falta e os produtores prometem não ficar por aqui. Em Março deste ano, podem contar também com um novo DLC que trará consigo uma nova história a Gravity Rush 2, desta vez com com Raven como protagonista!
Com este título, Keiichiro Toyama, quis oferecer aos jogadores uma nova e fantástica aventura, orgulhosamente japonesa, capaz de fazer jus ao melhor que o Japão tem feito na indústria. Se já o tinha feito com o primeiro Gravity Rush, com esta segunda aventura a série é elevada a um novo patamar. A jogabilidade surge agora mais fluída e refinada e os combates nunca foram tão aliciantes. Já a história, sempre de mãos dadas com uma banda sonora de luxo e uma arte conceptual de excelência (e que sempre que olho para ela me transporta para o universo de Moebius de Jean Giraud) oferece largas horas de jogo, repletas de intensidade, mistério e também de boa disposição. Os fãs não vão querer deixar escapar esta sequela e os restantes possuidores de uma PS4 que gostem de uma boa aventura também não!
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