Inês Norton
No Espaço, 73 a partir de 15 de Novembro
A relação do colectivo enquanto sociedade, com o individual, não é clara no momento contemporâneo. O homem contemporâneo preocupa-se tanto com a sociedade enquanto conceito que se esquece que é preciso conhecer e perceber o indivíduo para poder olhar e reconhecer o todo. A sociedade é composta por uma série de acções desencadeadas por indivíduos.
A exposição individual de Inês Norton, “The trees can hear you if you talk to them” é o início de uma metáfora que começou com um epílogo de uma viagem de um mês ao Japão com um percurso de muitas leituras e vivências. Uma das percepções mais fortes de Inês Norton foi perceber que a sociedade Oriental vive, tal como a Ocidental, em constante dicotomia entre o indivíduo e a sociedade.
No metro, a artista observava diariamente pessoas fechadas em si mesmas a comunicar por um iPhone, por sms, mas nunca com outras que co-habitassem o mesmo espaço. Dia a dia, via-se enquanto parte de uma massa humana, apressada e focada em objectivos como atravessar a rua o mais rápido possível, escrever uma sms, ou fazer um post no Facebook via iPhone.
Rapidamente, a artista sentiu a necessidade de abstracção do colectivo para se conectar enquanto indivíduo. Foi com essa motivação que partiu para as montanhas e se deparou com o que viria a ser a metáfora do que tinha experienciado na cidade. Nas suas palavras: “árvores, árvores e mais árvores, corredores verticais dançantes que me envolviam e engoliam numa conversação profunda”.
E assim começou o mote desta exposição: falar e ouvir as árvores, individualmente, para perceber a floresta. Ou, falar e ouvir as pessoas, nas suas acções individuais, tendo em conta que um todo é algo de diferente da soma das suas partes constituintes.
A representação e interpretação das árvores, em caixas de luz, em fotografias, e objectos são, por Inês Norton, uma metáfora para leituras diversas, de várias camadas da dicotomia indivíduo / colectivo. Com um corpo de trabalho coeso, com imagens nem sempre literais, somos convidados a ver e ouvir as árvores nas suas cores, texturas e geografias diferentes.
Data: 15. Novembro – 20. Dezembro
Espaço, 73
Inauguração 19:30 (Segunda – Quarta, das 15H-18H)
Boavista 73 | Rua da Boavista, nº 73, Lisboa
Curadoria Luísa Santos
BIOGRAFIA
“Inês Norton (1982, Lisboa). Licenciou-se em 2005 em Design de Comunicação no IADE com intercâmbio na PUC, Universidade Pontífice Católica do Rio de Janeiro.
Teve um ano de formação de pintura no AR.CO (Centro de Arte e comunicação visual), acabando por seguir para Londres onde concluiu o “Foundation Course” em Artes Plásticas na Slade School of Fine Arts no ano de 2007.
Entre 2010 e início de 2012, viveu em Luanda, Angola, onde deu aulas de expressão plástica a crianças no âmbito de um projecto de uma ONG e participou na Trienal de Luanda – Geografias Emocionais, Arte e Afectos.
Em 2012, concluiu o programa de Estudos Independente na Maumaus, Escola de Artes Visuais, em Lisboa, onde vive e trabalha como artista plástica
Formação
2005 | Licenciatura em Design Comunicação – IADE, Lisboa
2006 | Curso de Pintura AR.CO, Centro de arte e comunicação visual, Lisboa
2007 | Foundation course na Slade School of Fine Arts, Londres
2011-2012 | Programa de Estudos Independente na Escola de Artes Visuais Maumaus, Lisboa
Exposições Individuais
2010 | “ Zoom in, Zoom Out”, LxFactory, Lisboa
2006 | “Fragmentos”, Hibiscus Galery, Lisbon
2004 | “ Overlapings”, Chiado, Lisboa
2003 | “ArtAtack”, Chiado, Lisboa
Exposições Colectivas
2011 | Sala Branca, Leilões de arte,Lisboa
2010 | Trienal de Luanda, Angola
2008 | “Mirror, Mirror”, parte do grupo Art-in-Park, Lisboa
2008 | Palácio Correio Velho, Lisboa
2007 | Exposição final da Slade school of Fine Arts
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