Jack Johnson @ Coliseu

As coisas simples da vida podem mesmo ser as melhores.

Na passada noite de sábado o Coliseu dos Recreios encheu-se de um intenso cheiro a maresia e de “boa onda” pelas mãos de, primeiro, Donavon Frankenreiter e de Jack Johnson depois. Quem por ali entrasse sem saber ao que vinha, facilmente se enganava pensando que estaria numa qualquer praia ao fim de uma tarde de calor. Se não pela música, a plateia colorida e bronzeada que enchia o recinto encarregar-se-ia de dar o toque necessário para que o engano acontecesse.

A primeira parte da noite esteve assim a cargo de Donavon Frankenreiter que veio até nós apresentar o seu álbum de estreia homónimo. Preparando o ambiente para o que viria uma hora depois, Donavon subiu ao palco com o mesmo formato de Jack, com mais três membros e uma música que facilmente envolvia o esgotadíssimo Coliseu. Em apelos aos blues e ao funk, Donavon surpreendeu pela positiva e contagiou o público, deixando-o entusiasmado o suficiente para aquela que era a actuação por que todos esperavam.

Jack Johnson apresentou-se em palco como se fosse tocar umas músicas para os amigos numa qualquer sala. De chinelos e com um ar completamente descontraído, o concerto, o último da digressão de apresentação de In between dreams, o seu último trabalho, começou precisamente com o tema “Never Know” deste disco antevendo-se um espectáculo que não fugiria muito a este registo. Logo se percebeu que não, com Jack Johnson a fazer uma revisão dos seus três álbuns. O que não se percebia era como o Coliseu acompanhava o concerto entoando todas as músicas que Jack cantava, o que apanhou de surpresa até o próprio cantor.

Com uma pop/rock simples, que fala de amor, surf ou das coisas simples da vida, o concerto continuou rumo aos trabalhos anteriores, passando por temas como “Bubble Toes” ou “Inaudible Melodies” até que Donavon volta ao palco para tocar com Jack “Free” e continuando com “Breakdown”. Mais tarde voltaria, para trazer consigo toda a banda num completo improviso que, se não fosse pela qualidade da música, facilmente caia no ridículo com o baterista de Donavon de pé a “bater” nos pratos.

Antes que alguém desse conta disso, a banda já tinha saído do palco. Jack volta, trazendo nada mais que a sua guitarra para aquele que seria o encore que antecipava o final da noite. A comparação com Ben Harper é inevitável (de lembrar que Jack Jonhnson, além de seu amigo, já foi guitarrista de Ben). Em modo completamente acústico, o músico encerrou o concerto com temas como “Times Like These” ou “Better Together”, deixando ainda assim uma audiência desejosa por mais. Talvez numa próxima digressão.



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